Domingos Sávio critica atuação do governo e diz que pode ser favorável ao corte de gastos
17 de dez. de 2024
Reprodução
Responsável por calcular a previsão de receitas do Orçamento da União de 2025, o deputado federal Domingos Sávio (PL-MG) alterou a proposta enviada pelo governo ao Congresso Nacional.Segundo ele, o objetivo foi excluir previsões consideradas prematuras e que, por não terem avançado, não devem gerar recursos nos cofres públicos. A declaração foi dada em entrevista ao O TEMPO Brasília.
Em compensação, a atualização de indicadores macroeconômicos, como câmbio, massa salarial e inflação, devem aumentar a arrecadação. Dessa forma, a previsão de verbas que devem entrar nas contas da União cresceu em R$ 22,5 bilhões. O Orçamento de 2025 deve ser votado nesta semana por deputados e senadores.
Mesmo integrando a oposição, o deputado garantiu que trata o tema com “responsabilidade” porque é o debate sobre como vai ser usado “o dinheiro que é do povo brasileiro”. “O Orçamento não pode ser tratado como uma peça da oposição ou da base do governo, de direito ou de esquerda. O Orçamento é do Brasil”, declarou.
Na avaliação dele, porém, a discussão do tema demonstrou um “governo fraco em termos de articulação política”. Isso porque, na segunda quinzena de dezembro, a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), que precede a Lei Orçamentária Anual (LOA, que é a peça Orçamentária), ainda não foi votada.
“É um governo que gasta mal o dinheiro público, não tem um planejamento e não indica aonde quer chegar. A gente está vendo um Congresso paralisado, com dificuldade de concluir determinadas ações. Não basta ter maioria negociada na base da troca de favores. O governo tem que ter uma maioria que acredita nele”, afirmou.
Domingos Sávio reforçou sua avaliação ao comentar a articulação para aprovar o pacote de corte de gastos enviado pelo governo ao Congresso Nacional. As propostas mexem com o crescimento real do salário mínimo e com restrições ao abono salarial para economizar R$ 70 bilhões até 2026.
O pacote de ajuste fiscal, que causa impacto no Orçamento, tem enfrentado resistências até dentro da base aliada, mas deve ser votado nesta semana tanto na Câmara dos Deputados, quanto no Senado.
O deputado disse que votará favorável às medidas, caso haja mudanças no texto para cortar “mordomias” e “onde realmente há abuso de gastos”, como em despesas de viagens e de reformas na residência oficial. Para isso, avaliou que a reforma administrativa já deveria ter saído do papel. “Você não pode cortar naquilo que é essencial, aí você aumenta a injustiça no Brasil”, disse.
“O governo apresenta uma total incoerência com o discurso de que se preocupa com os mais pobres, e inclui no corte de gastos equívocos gravíssimos. Depois, quer votar em regime de urgência.
Nós temos que colocar uma lupa, corrigir erros, eu diria ampliar o corte de gasto em cima de mordomias. Deve fazer esses cortes, inclusive, no Congresso Nacional e no Judiciário para que a gente de fato ache o equilíbrio das contas”, destacou.
Commentaires