Drones e reconhecimento facial: como Arena MRV rastreou vândalos na final da Copa do Brasil
Logo após os incidentes registrados durante a partida entre Atlético-MG e Flamengo, pela final da Copa do Brasil, a administração da Arena MRV e as forças de segurança de Minas Gerais iniciaram o processo de identificação dos torcedores que arremessaram bombas, pularam as catracas do estádio e tentaram invadir o gramado. O monitoramento em dias de jogos é realizado no Centro de Controle de Operações (CCO) da Arena. Nesta sala, reúnem-se os agentes do estádio e também de segurança pública e privada, para uma operação coordenada.
“A gente brinca que é o cérebro da Arena. Aqui [no CCO], estão todos os órgãos de segurança, todos os órgãos internos do Atlético, de engenharia, de operações, de segurança. Aqui, é feito todo o monitoramento interno e externo da Arena, então todas as decisões operacionais de segurança são tomadas dentro desta sala”, explicou Leonardo Barbosa, superintendente de Operações da Arena MRV.
Além das câmeras, a Arena conta com um sistema especial para a identificação e rastreamento de possíveis criminosos, conforme explicou o chefe de segurança, Coronel Olimpio Garcia.
“O nosso sistema tem uma curiosidade, e ela foi muito usada agora para identificar esses vândalos que agiram nesse jogo, que a gente consegue rastrear a pessoa aqui dentro. Então, a partir do momento que a gente identifica que a pessoa fez alguma coisa errada, a gente carrega a foto no sistema e as câmeras automaticamente começam a rastrear essa pessoa na Arena”, afirmou. Para ter conhecimento de tudo o que acontece dentro e fora da Arena, o Centro de Controle de Operações trabalha com três níveis de monitoramento. O primeiro é de monitoramento externo, para entender como está o fluxo de pessoas chegando na Arena e como está o fluxo de trânsito. Esse monitoramento é feito por drones, sendo um exclusivo para a segurança e outro para cuidar do tráfego no entorno, traçando o primeiro anel de segurança. O segundo nível de monitoramento é na esplanada do estádio, com câmeras posicionadas em todos os acessos e também com o apoio do drone, que possui um software agregado que permite fazer a contagem de público em determinado espaço territorial.
O terceiro nível é dentro da Arena, com câmeras posicionadas nos portões, que fazem o reconhecimento facial. Esses dados são compartilhados com a polícia. Do CCO, os agentes de segurança pública e privada monitoram a movimentação de torcedores antes, durante e após o término dos jogos. Em caso de incidentes, uma força-tarefa é acionada para impedir a ação dos vândalos. Segundo Coronel Olimpio, as decisões tomadas nessa sala são compartilhadas em tempo real com todos os envolvidos.
“A gente tem um representante de cada serviço que é prestado dentro da Arena MRV. Nós temos um representante da engenharia da Arena, um da segurança privada, uma representante dos socorristas, dos serviços médicos, da Polícia Militar e da fiscalização da Prefeitura. Então, todas as decisões que acontecem aqui dentro são compartilhadas em tempo real com todos esses órgãos que estão envolvidos, e são decisões que conseguem ser aplicadas de uma forma muito rápida, por ter essa comunicação direta”, afirmou. Para isso, o sistema de segurança do estádio, com câmeras e outros itens, foi acionado. A Arena MRV conta com mais de 350 câmeras espalhadas pelo estádio, além de drones que monitoram os arredores do bairro California, na região noroeste de Belo Horizonte.
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