E-commerce, frete grátis e Pix: o consumidor digital no Dia dos Namorados
É o que aponta a Pesquisa de Intenção de Compras para o Dia dos Namorados em 2023, realizada pelo Geesul, com apoio do Departamento de Pesquisas do Grupo Unis e NEMPA.
Segundo 38,4% dos entrevistados de 23 cidades do Sul de Minas, não há intenção de comprar presentes para esta data. Já os 61,6% que vão presentear, irão gastar entre R$100,00 e R$200,00 (44,2%) e entre R$51,00 e R$100,00 (33,8%), principalmente. Os produtos mais procurados para presentear na data serão roupas (18,4%), calçados (12,8%) e chocolates (10,7%). O e-commerce é o local de compras preferido, com 44,3% das intenções, seguido por lojas do centro da cidade (32,9%) e shoppings centers (12,7%).
Quanto à forma de pagamento, pela primeira vez desde o início das pesquisas de intenção de compras, o Pix superou o cartão de débito como a segunda maior preferência (23,4% contra 14,3%), mas o cartão de crédito continua sendo o queridinho do consumidor sulmineiro (46,8%). Ainda falando sobre as compras, o desconto no preço foi apontado como uma grande influência no momento da compra (47,6%), e o frete grátis ficou em segundo lugar, com 12,6% de indicação pelos entrevistados. Estratégias de sorteio de prêmios não se mostraram eficazes, segundo a pesquisa (7,7%).
Para o Grupo de Estudos Econômicos, esta pesquisa confirma a mudança de comportamento do consumidor, que se tornou mais digital desde a pandemia. Portanto, o uso do Pix e a busca por frete grátis são elementos que comprovam a necessidade de mudança por parte das empresas locais, que devem buscar se digitalizar.
Há uma discussão atual sobre as vendas em aplicativos e sites internacionais, e até mesmo sobre como as empresas locais devem enfrentar as gigantes nacionais do varejo. Para o professor Guilherme Vivaldi, autor do livro Dinâmicas do Comércio, a evolução para o comércio digital é natural e irrefreável. Medidas protecionistas podem ter efeitos contrários se não forem articuladas corretamente. Quando se pensa em usar a lei ou outros mecanismos de proteção, geralmente se olha apenas pelo lado do empreendedor e não do consumidor. É necessário entender por que o consumidor está se tornando mais digital e acompanhar as tendências, em vez de lutar contra elas.
“Há pouco tempo, os empreendedores usavam o argumento da demora na entrega e do custo do frete para convencer os consumidores a comprar em seus negócios ainda físicos, mas essa não é mais a realidade atual. Pacotes de serviços de grandes marketplaces já oferecem frete gratuito, e as entregas são feitas em prazos curtos, devido à expansão logística dos grandes varejistas. Sem esse argumento, apela-se para a valorização do comércio local, o que é louvável, mas ainda pouco eficaz diante da falta de diferenciação de muitas empresas locais e dos preços muito mais altos praticados em comparação às lojas online, além da dificuldade financeira dos consumidores, que estão considerando melhor o uso de sua renda. O caminho não é lutar contra o e-commerce, mas sim se integrar a ele e entregar aquilo que o consumidor atual espera”, explicou Guilherme.
Vale ressaltar que a concorrência desleal de produtos sem nota fiscal, que barateia o preço do mesmo, é realmente um fator de preocupação e deve ser questionada perante o poder público.
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