Economia da zona do euro permanece estagnada no 4º trimestre.
30 de jan.
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A economia da zona do euro permaneceu estagnada no quarto trimestre de 2024, com consumidores cautelosos que reduziram seus gastos, aumentando os temores de que a recuperação esperada possa ser ainda mais postergada, de acordo com dados divulgados pela Eurostat nesta quinta-feira (30).
O Produto Interno Bruto (PIB) das 20 nações que utilizam o euro não apresentou variação em relação ao trimestre anterior, ficando abaixo das expectativas de uma expansão de 0,1% previstas por uma pesquisa da Reuters. A contração da economia alemã, que já dura dois anos, teve impacto sobre o desempenho do bloco.
Nos últimos dois anos, o crescimento da zona do euro tem sido fraco, com a indústria em recessão devido aos altos custos de energia, restrições orçamentárias dos governos e o aumento da poupança das famílias, o que tem prejudicado o consumo. Essa tendência de enfraquecimento foi acentuada nos últimos meses, em meio à preocupação com um possível enfraquecimento do mercado de trabalho e o risco de uma guerra comercial com os Estados Unidos, o que poderia agravar ainda mais a situação econômica.
Esse ciclo negativo é um dos principais fatores que levam os analistas a prever que o Banco Central Europeu deve reduzir as taxas de juros pela quarta vez consecutiva nesta quinta-feira, além de sinalizar uma flexibilização ainda maior de sua política monetária.
Contudo, parte do crescimento registrado no trimestre pode ser atribuída à Irlanda, que teve uma queda de 1,3%. A forte presença de multinacionais no país, incluindo grandes empresas farmacêuticas e de tecnologia, tem distorcido os números de crescimento, gerando volatilidade.
Em comparação com o ano anterior, o crescimento no quarto trimestre da zona do euro foi de 0,9%, abaixo da expectativa de 1,0%. Entre as maiores economias da região, a Alemanha e a França registraram contração, enquanto a Itália permaneceu estagnada e a Espanha teve um crescimento de 0,8%.
Outro dado que destaca as dificuldades do mercado de trabalho na zona do euro é o aumento do desemprego para 6,3% em dezembro, em relação a 6,2% no mês anterior, conforme dados separados da Eurostat.
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