Empresa é autuada por tentativa de garimpo ilegal no Rio Lambari, em Cambuquira
gazetadevarginhasi
22 de out.
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Reprodução
Uma operação da Polícia Militar do Meio Ambiente resultou na autuação de uma empresa que montava uma estrutura para realizar garimpo ilegal de ouro no leito do Rio Lambari, em Cambuquira, no Sul de Minas. A ação aconteceu na primeira quinzena de outubro, após denúncias feitas por ambientalistas e moradores da região. Durante a fiscalização, os policiais encontraram uma balsa preparada para iniciar a extração mineral, mas que ainda não estava em operação.
Após análise da documentação apresentada, foi constatado que a empresa responsável pela instalação da balsa não possuía autorização legal nem outorga do Instituto Estadual de Gestão das Águas (Igam). Diante da irregularidade, os responsáveis foram autuados por tentativa de extração mineral sem licença e obrigados a retirar todos os equipamentos do local. Ninguém foi preso, e o caso será encaminhado ao Ministério Público de Cambuquira para investigação e possível responsabilização criminal e ambiental.
A denúncia foi reforçada pela ONG Nova Cambuquira, que já havia identificado movimentações suspeitas às margens do Rio Lambari. Em visita ao local com sua equipe técnica, a organização encontrou indícios de intervenção no leito do rio e acionou imediatamente a Polícia Militar do Meio Ambiente e a Prefeitura de Cambuquira.
Esta não é a primeira operação contra o garimpo ilegal na região. Em agosto, a PM Ambiental desencadeou a operação “Fogo no Garimpo”, que resultou na destruição de 12 dragas utilizadas na extração ilegal de ouro em outros trechos dos rios Verde e Sapucaí. A ação aconteceu em municípios vizinhos como Conceição do Rio Verde, Elói Mendes, Paraguaçu, Três Corações e Varginha, com dezenas de prisões e apreensões de embarcações, motores e outros equipamentos. As multas aplicadas ultrapassaram R$ 2 milhões.
De acordo com o sargento Marcos Vinícius Santos, da Polícia Ambiental, os danos provocados pelo garimpo clandestino são preocupantes. Ele explica que o material escavado e descartado irregularmente causa assoreamento dos rios e, em alguns casos, há risco de contaminação por mercúrio. “Esse metal pesado pode afetar peixes, a fauna aquática e comprometer a qualidade da água utilizada pela população. No caso do Rio Verde, por exemplo, é uma fonte de captação de uso comum, o que torna o impacto ainda mais crítico”, afirmou. As autoridades reforçam que a extração mineral sem autorização é crime ambiental e que a população pode colaborar denunciando atividades suspeitas. A fiscalização continuará sendo intensificada na região, especialmente em áreas de manancial e preservação permanente.
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