Enviado de Trump relata amizade entre o ex-presidente e Putin em meio à guerra

O empresário Steve Witkoff, representante de Donald Trump em negociações com Rússia e Ucrânia, revelou em entrevistas recentes a proximidade pessoal entre o ex-presidente americano e Vladimir Putin, e ainda demonstrou falta de conhecimento aprofundado sobre as causas do conflito.

Segundo Witkoff, Putin teria ido à igreja rezar por Trump após um atentado sofrido por ele em julho de 2024. Além disso, o presidente russo encomendou um retrato artístico do ex-presidente, entregue a Trump como gesto de amizade.

Witkoff destacou em entrevistas ao jornalista Tucker Carlson e à Fox News que Putin teria expressado desejo por paz durante ligações com Trump. Segundo ele, “muitos progressos foram feitos” para um cessar-fogo no Mar Negro e suspensão de ataques à infraestrutura energética.

Por outro lado, Witkoff demonstrou desinformação sobre a guerra, sugerindo que os russófonos na Ucrânia desejam ser parte da Rússia. Ele ignorou o fato de que referendos realizados sob ocupação militar não são reconhecidos pela comunidade internacional.

As declarações reforçam o histórico de Trump de minimizar ações da Rússia. Em 2018, por exemplo, Trump disse acreditar em Putin sobre a não interferência nas eleições de 2016, mesmo com provas do FBI sobre hackeamentos russos.

Witkoff também relativizou crimes de guerra atribuídos a Putin, dizendo que “toda história tem dois lados”. Especialistas rebatem, lembrando que Putin é acusado de ataques a civis e sequestros em massa na Ucrânia, e que o Ocidente teme que ele queira recuperar territórios da antiga URSS, incluindo partes da Europa Oriental.