Epamig avalia sistemas integrados para reduzir emissão de gases e uso de recursos naturais
gazetadevarginhasi
15 de abr.
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Com foco na redução dos impactos das mudanças climáticas e alinhada ao Plano de Ação Climática (PLAC), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) está desenvolvendo estudos voltados à sustentabilidade na agropecuária. As pesquisas buscam compreender como diferentes sistemas integrados de produção podem mitigar a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e promover o uso mais eficiente dos recursos naturais.
Sete modelos de produção estão sendo analisados: integração lavoura-pecuária-floresta (com eucalipto, milho e capim-marandu), lavoura-pecuária (milho e pastagem), lavoura em monocultivo, pastagem em monocultivo reformada, pastagem não manejada, floresta em monocultivo e o sistema silvipastoril (cratylia e capim-marandu). A diversidade permite comparações sobre impactos ambientais e produtividade.
“Estamos quantificando os estoques de carbono nesses sistemas, tanto na biomassa aérea quanto no solo, além de observar o aproveitamento da água”, explica Fernando Oliveira Franco, pesquisador e chefe da Epamig Oeste.
Para aprofundar as análises, a Epamig está adquirindo novos equipamentos, incluindo um gasômetro para medir gases como metano e óxido nitroso no solo, e tubos de leitura instantânea da umidade, com um metro de profundidade, para avaliar a dinâmica hídrica entre os sistemas.
Renovação após incêndio
Os estudos, iniciados em 2022 no Campo Experimental Getúlio Vargas (Uberaba), foram interrompidos em 2024 por uma queimada que destruiu cerca de 80% da área. No entanto, um novo projeto (APQ-06055-24), submetido com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), permitirá a revitalização da área e retomada das pesquisas. Outros dois projetos (APQ-02750-21 e PPE-00060-22), conduzidos com a Fapemig e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), seguem em andamento.
“Com o novo projeto, conseguimos dar continuidade aos estudos. Trabalhar com uma área que passou por queimada também traz a oportunidade de avaliar a resiliência dos sistemas e os impactos do fogo”, pontua Fernando.
Resultados promissores
Já foi constatado que o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta é até cinco vezes mais eficiente no uso da água, se comparado a sistemas em monocultivo. Além disso, os estoques de carbono têm se mostrado mais favoráveis nos modelos integrados, devido à diversidade de espécies, maior acúmulo de biomassa e melhor ciclagem de nutrientes.
“Temos um verdadeiro laboratório a céu aberto, ideal para pesquisas de longo prazo, principalmente no componente florestal e no acúmulo de carbono no solo. Já temos dados sólidos que apontam maior eficiência hídrica e menor emissão de gases de efeito estufa nos sistemas integrados”, conclui o pesquisador.
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