Epamig desenvolve projeto para reduzir emissão de metano na pecuária mineira
gazetadevarginhasi
25 de abr.
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A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) está preparando um projeto para estudar tecnologias capazes de reduzir a emissão de gás metano pelos bovinos, com o objetivo de contribuir com as metas climáticas estabelecidas pelo Governo de Minas. A iniciativa se alinha ao Plano Estadual de Ação Climática (PLAC), que prevê a neutralização das emissões líquidas de carbono até 2050. No setor pecuário, a meta é reduzir as emissões de metano em 36% até 2030, em relação à década anterior.
O metano, um dos principais Gases de Efeito Estufa (GEE), é gerado no rúmen dos bovinos – uma das quatro câmaras do estômago dos animais – e é liberado principalmente pelos arrotos. A pecuária é apontada como uma das maiores fontes desse gás, que tem forte impacto sobre o aquecimento global. De acordo com o Inventário de Emissões e Remoções de GEE elaborado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), a pecuária bovina representa cerca de 70% das emissões do setor agropecuário mineiro.
Minas Gerais, que possui o quarto maior rebanho bovino do Brasil e é líder na produção nacional de leite (com 27% do total), busca soluções práticas para tornar o setor mais sustentável. A pesquisadora Edilane Aparecida da Silva, coordenadora de bovinocultura da Epamig, explica que o projeto busca alternativas para reduzir o metano entérico, produzido no processo digestivo dos animais.
"Um dos caminhos a curto prazo é testar aditivos alimentares disponíveis no mercado que, quando incorporados à dieta do gado, possam diminuir a formação de metano durante a fermentação no rúmen", afirma Edilane.
A médio prazo, a pesquisa também investigará o uso de óleos essenciais e oleaginosas, como caroço de algodão e óleo de soja, como ingredientes que podem mitigar a produção do gás, sem afetar a produtividade animal.
Os testes iniciais serão conduzidos em laboratório. Produtos que demonstrarem eficácia na redução das emissões serão aplicados em rebanhos leiteiros para validação em campo. Segundo Edilane, o projeto está pronto para ser apresentado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG) e instituições financiadoras.
O PLAC, criado para viabilizar os compromissos climáticos de Minas Gerais, foi formalizado em 2021 em evento com o governador Romeu Zema e o embaixador britânico Peter Wilson. Minas foi o primeiro estado da América Latina e do Caribe a aderir à campanha global Race To Zero, com foco na descarbonização da economia até 2050.
Além da pecuária, o plano também prevê ações como a promoção da agricultura de baixa emissão de carbono, incentivo à agricultura orgânica e aproveitamento de resíduos agropecuários para geração de energia limpa. As ações têm coordenação da Seapa-MG, da Epamig e apoio da Emater-MG.
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