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Epamig utiliza corredores ecológicos multifuncionais em áreas de café


A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) tem utilizado a tecnologia desenvolvida de implantação de corredores ecológicos multifuncionais para auxiliar o controle biológico de pragas na cafeicultura. O projeto, que indica o plantio de determinadas espécies de árvores e arbustos perenes em corredores dentro e próximos a cafezais, conta com dez unidades demonstrativas no Cerrado Mineiro e quatro na Zona da Mata.

A pesquisadora da Epamig e coordenadora do projeto, Madelaine Venzon, conta que os trabalhos tiveram início há mais de duas décadas. “Começamos com a seleção de plantas, seguidas por testes em laboratório, em casas de vegetação, em áreas pequenas nos campos experimentais da Epamig. Depois ampliamos a área, até chegarmos à fase atual de unidades demonstrativas em fazendas de produtores parceiros. No Cerrado Mineiro, a implantação dessas unidades ocorreu em 2021 e já estamos analisando os resultados do primeiro ano”.

Alguns critérios devem ser considerados na escolha das árvores e arbustos que farão parte dos corredores ecológicos. “É preciso que estas plantas tenham características que atraiam os inimigos naturais das pragas do café e forneçam alimentos para esses insetos (pólen e néctar) e abrigo, além de não beneficiarem as pragas do café. A opção é por plantas perenes para que o produtor não tenha que ficar replantando todo ano”, explica a pesquisadora.

Madelaine informa que algumas espécies são essenciais para a implantação do corredor multifuncional. “Temos um modelo de tecnologia da Epamig, com as espécies básicas que devem compor o corredor, mas a implantação nas propriedades é sempre de uma maneira participativa, então, por exemplo, se o produtor que colocar um abacate ou alguma planta que tem interesse para a madeira, estas outras espécies podem integrar a esse corredor. Temos as plantas obrigatórias que atraem os predadores e parasitoides das pragas do café e os polinizadores, ambos beneficiam o café, mas isso não significa que elas tenham que ser exclusivas. Elas têm que estar em maior densidade e o arranjo final conta com a participação e interesse do produtor”.

Implantação das áreas
Os estudos básicos, obtidos nas pesquisas realizadas pela Epamig, indicam que cada corredor ecológico deve ficar a uma distância máxima de 40 metros um do outro para ter efeito positivo no combate às pragas. Mas a posição pode variar em função da região. “Isso também é de acordo com o produtor, pode variar em função da mecanização da lavoura, do relevo, como no caso de áreas montanhas. Nos baseamos no modelo básico, que é uma tecnologia validada, com resultados comprovados, publicados em revistas internacionais com fator de impacto relevante, além de terem sido revisadas por outros pesquisadores, e adequa à realidade da propriedade”, destaca Madelaine Venzon.

As espécies tidas como necessárias, que foram identificadas ao longo do trabalho, são de ingá (árvore), erva baleeira (arbusto), fedegoso (árvore) e um arbusto, semelhante ao fedegoso, apelidado pela equipe de fedegosinho. “As mudas iniciais que usamos para o plantio desse fedegosinho e erva baleeira foram produzidas aqui na Epamig em Viçosa, na pandemia por mim e minha esquipe”, relembra a pesquisadora.

Trabalho colaborativo
Projeto em parceria com a Nespresso e Fapemig/Secretaria de Desenvolvimento Econômico impulsiona práticas sustentáveis na produção de café em Minas Gerais
A implementação de unidades demonstrativas e a avaliação dos resultados marcam o início de um projeto conjunto com a Nespresso. Com recursos aprovados pelo edital 40 da Fapemig/Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede), o projeto expande-se para a região das Matas de Minas.

Isabel Cristina de Carvalho, produtora de Coromandel, Alto Paranaíba, relata que a busca pelo manejo responsável e a redução do uso de pesticidas químicos sempre norteou os Cafés Estrela Carvalho. "Nossa marca reflete a essência de nossa família e nossa busca pela excelência. Acreditamos na integridade da terra como um ser vivo e todas as nossas ações visam garantir isso", destaca.

A parceria com a Epamig incentivou o controle biológico de pragas, com o uso de plantas atrativas para insetos benéficos. A pesquisa liderada pela pesquisadora Madelaine Venzon engloba análises de biodiversidade e qualidade do café orgânico desde 2022.

Com essas práticas, o café Estrela Carvalho conquistou o primeiro lugar na premiação de qualidade do café do Cerrado Mineiro, reforçando os benefícios das práticas sustentáveis na cafeicultura.

O Guimá Café, do Grupo BMG, também é parceiro nesse trabalho, investindo em sustentabilidade desde 2018. A propriedade localizada entre Varjão de Minas e Patos de Minas adota práticas regenerativas com base nas pesquisas da Epamig, culminando em reconhecimentos internacionais, como o "Best of the best" no 8º Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy.

As tecnologias de controle biológico da Epamig estão disseminadas em diversas fazendas produtoras de café em Minas Gerais, impulsionando uma agricultura mais sustentável, resiliente e responsável, alinhada aos desafios ambientais e às demandas de um mercado exigente.
Fonte: AgênciaMinas

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