Especialista alerta sobre resistência do Aedes aegypti e ressalta a importância de medidas preventivas
há 6 dias
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Apesar das medidas anunciadas pelo Ministério da Saúde, como a implementação de estações disseminadoras de larvicidas, ampliação do método Wolbachia e a realização de borrifação residual intradomiciliar em Belo Horizonte e Contagem, os casos de dengue em Minas Gerais continuam sendo motivo de preocupação. Até o momento, ao menos duas mortes estão sendo investigadas no estado.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Monitoramento da Dengue, Chikungunya e Zika da SES-MG, até 3 de fevereiro, Minas Gerais registrou 19.598 casos prováveis de dengue, dos quais 6.277 foram confirmados. Além disso, 11 óbitos estão sob investigação. Durante o mesmo período, 1.824 casos prováveis de febre Chikungunya foram reportados, com 1.352 confirmações e 1 óbito em investigação. O estado também registrou 5 casos prováveis de infecção por Zika, com 1 caso confirmado.
Alexandra Gazzoni, coordenadora de Biomedicina da Estácio BH e PhD em Microbiologia e Bacteriologia, ressaltou a importância de combater os focos do mosquito Aedes aegypti. "Os ovos do mosquito podem resistir fora da água por mais de 400 dias. Por isso, é essencial eliminar água parada, lavar pratos de plantas, descartar adequadamente objetos que acumulam água, como pneus, manter calhas limpas, quintais organizados e caixas d’água vedadas", alertou.
Ela também explicou que os sintomas iniciais da dengue – febre, dor muscular, dor de cabeça e manchas vermelhas na pele – são semelhantes aos da febre Chikungunya e do vírus Zika. "A dengue causa febre acima de 38°C, dor de cabeça, fraqueza, dor muscular e nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas. Em casos graves, pode resultar em hemorragias e óbito", informou a especialista.
Já a febre Chikungunya é caracterizada por febre acima de 38,5°C, dor nas articulações, que pode se tornar crônica, e manchas vermelhas. "No Zika, a febre geralmente não ultrapassa 38,5°C, mas o paciente pode apresentar conjuntivite, dor nas articulações e musculares, além de manchas e coceira pelo corpo. A Zika pode provocar complicações neurológicas e causar malformações em bebês, como microcefalia", acrescentou Gazzoni.
A biomédica ainda explicou que o tratamento das arboviroses se concentra em hidratação e medicamentos para aliviar os sintomas, sempre sob orientação médica. Em casos graves, a hospitalização pode ser necessária.
Novidade importante, Minas Gerais agora conta com uma sala de monitoramento para acompanhar os casos de dengue e outras arboviroses, como Zika, Chikungunya, febre oropouche e febre amarela. Instalado em 3 de fevereiro pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), o espaço será utilizado para consolidar dados epidemiológicos, assistenciais e laboratoriais de todos os 853 municípios do estado.
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