Esquema fraudulento contra idosos é alvo de operação em três cidades mineiras
gazetadevarginhasi
6 de jun.
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Divulgação
Polícia Civil desmonta esquema que fraudava aposentados do INSS no Norte de Minas.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (5/6), a operação Vox Vacua, que investiga um esquema de fraudes contra aposentados, pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e outras pessoas em situação de vulnerabilidade. A ação ocorreu em três municípios do Norte de Minas: Espinosa, Verdelândia e Jaíba.
Durante a operação, duas pessoas foram presas, incluindo o investigado apontado como líder da organização criminosa. Houve também a apreensão de diversos bens e o cumprimento de medidas judiciais de bloqueio de contas ligadas aos suspeitos. Entre os crimes apurados estão estelionato, lavagem de dinheiro e uso de documentos falsos.
Escritórios de advocacia, agências de correspondentes bancários, uma construtora e até funcionários de bancos estão entre os alvos da investigação. De acordo com a PCMG, essas instituições estariam colaborando com as fraudes, facilitando a obtenção de documentos e movimentações financeiras indevidas.
Além do suposto líder, preso por mandado preventivo, um advogado foi detido em flagrante por posse irregular de munições e por comercializar medicamentos de uso controlado, sendo apontado como o responsável jurídico do esquema.
No total, a operação cumpriu dez mandados de busca e apreensão. Também houve o sequestro de três veículos, a quebra de sigilo bancário e fiscal de oito investigados e o bloqueio de contas bancárias e CNPJs associados ao grupo. Os policiais apreenderam celulares, computadores, cartões de crédito, procurações em branco, extratos bancários e anotações com senhas de vítimas, além de medicamentos e munições.
As investigações revelam que os golpistas abordavam beneficiários do INSS — principalmente idosos e gestantes — oferecendo falsos empréstimos para obter documentos e autorizações. Com esses dados, abriam contas em nome das vítimas, desviavam seus benefícios e usavam essas contas para operações bancárias indevidas, como transferências via Pix e emissão de cartões de crédito.
O grupo também ajuizava ações judiciais fraudulentas contra instituições financeiras, utilizando procurações obtidas de forma enganosa, com o objetivo de obter indenizações com base em dados manipulados. O prejuízo recaía tanto sobre os bancos, afetados por sentenças baseadas em informações falsas, quanto sobre as vítimas, que viam seus benefícios desviados.
O delegado Eujecio Coutrim, responsável pelo caso, afirmou que há indícios da prática de diversos crimes, como estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos, crime contra a economia popular e comércio irregular de medicamentos. “As provas apreendidas serão analisadas para aprofundar a investigação e ampliar a responsabilização dos envolvidos”, destacou.
A operação foi coordenada pela chefia do 11º Departamento da Polícia Civil, sob o comando do delegado-geral Jurandir César Rodrigues Filho, com apoio da Delegacia Regional de Janaúba, dirigida pelo delegado Ricardo Estevão F. A. do Amaral.
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