Estatuto da Igualdade Racial e Novos Projetos Refletem Avanços na Luta contra o Racismo em Minas
20 de nov. de 2024
Quantidade de Projetos de Lei Apresentados nos Últimos Dois Anos Já Supera os Quatro Anos Anteriores
Os deputados estaduais em exercício desde 2023 apresentaram quase o dobro de projetos de lei relacionados à igualdade racial em comparação com os quatro anos anteriores. Nos últimos dois anos, foram apresentados 19 projetos, contra 12 registrados no período da Legislatura anterior, entre 2019 e 2022. Esses projetos abrangem uma variedade de temas, que incluem desde a proibição de monumentos que enalteçam a escravatura até a proposta da "Política Estadual Vini Jr.", que visa combater o racismo nos estádios, inspirada no atacante da seleção brasileira, Vinícius Júnior, que é frequentemente alvo de ataques racistas no futebol europeu.
O principal projeto em debate na Assembleia, no que se refere à igualdade racial, é o "Estatuto da Igualdade Racial" (PL 817/23), que na última quinta-feira (14 de novembro) foi finalizado e está pronto para votação em plenário. A proposta inclui a criação de um fundo para fomentar a geração de emprego e renda, a ampliação das escolas quilombolas e a implementação de diversas medidas de inclusão socioeconômica. “É um conjunto de ações, diretrizes e recomendações para que possamos combater o racismo e avançar na inclusão de pessoas negras”, explicou a deputada Andréia de Jesus (PT), uma das autoras da proposta. O relator do projeto, deputado Betão (PT), incorporou 145 novos itens que surgiram durante a tramitação do projeto. Entre as adições estão a criação do Sistema Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sisepir), a reserva de vagas para negros em concursos públicos estaduais e a proposição de uma Política de Saúde Integral da População Negra dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado.
Este projeto é uma iniciativa das quatro deputadas negras da Assembleia Legislativa de Minas Gerais: além de Andreia de Jesus, também estão envolvidas Leninha (PT), Ana Paula Siqueira (Rede) e Macaé Evaristo (PT), que se afastou de seu mandato para assumir o cargo de ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania no governo Lula. Na atual legislatura, 22 deputados estaduais, entre os 77 eleitos, se declararam negros ou pardos.
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