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Estudo apoiado pela FAPEMIG revela padrões de violência contra mulheres atendidas pelo CRAS em Varginha

  • gazetadevarginhasi
  • 7 de fev.
  • 2 min de leitura
Reprodução
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Um estudo acadêmico analisou as diferentes formas de violência enfrentadas por mulheres atendidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Varginha, no Sul de Minas. A pesquisa, intitulada "'Se você levou duas tapas, eu vou te dar só um… Você já levou dois e aguentou': o ciclo da violência na vida das mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica" , foi apresentada no 48º Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD), realizado em setembro de 2024, na Universidade Federal de Santa Catarina.
O estudo foi conduzido pela professora Cilene Margarete Pereira , docente visitante do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA) entre 2021 e 2023, e pelas pesquisadoras Amanda Marques Brito de Souza, Letícia da Silva Matias dos Santos e Jady Oliveira Borges , da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG).
A análise se baseia na Teoria da Reprodução Social (TRS) para compreender as violências presentes na rotina de mulheres em situação de vulnerabilidade. Como objeto de estudo, as pesquisadoras utilizaram o relato de “Patrícia” (nome fictício), uma das 15 participantes do projeto de extensão "'Escrevivências' femininas: traçando linhas em educação, direitos humanos e políticas públicas em Varginha-MG" , realizado entre outubro e novembro de 2023.

Tipos de violência
A pesquisa inclui cinco grandes categorias de violência sofrida por mulheres:
Psicológica – Apontada como a forma inicial de agressão, por minar a autoestima das vítimas e distorcer sua percepção da realidade.
Intrafamiliar – Violência praticada por parentes próximos, como participação ou familiares.
Moral – Difamação, calúnia e outras formas de ataque à confiança da mulher.
Patrimonial – Controle financeiro, destruição de bens e restrição de acesso a recursos.
Física – Agressões diretas, que podem variar de empurrões a lesões graves.
Além dessas formas, o estudo também discutiu a violência simbólica e o silenciamento , que reforçam o ciclo de agressões e dificultam a ocorrência das vítimas.

Desafios para romper o ciclo de violência
A professora Cilene Pereira destaca que o reconhecimento das violências por parte das vítimas não é suficiente para interromper o ciclo de agressões . Segundo ela, muitas mulheres identificaram os abusos, mas não possuem os recursos necessários para romper com essa realidade .
Diante disso, as autoras reforçam a importância da ampliação e fortalecimento de políticas públicas de proteção, como os CRAS, os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), casas de acolhimento para vítimas de violência e delegacias especializadas .
A pesquisa foi desenvolvida com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) e do Grupo de Pesquisa Gênero pela Não Intolerância (GENI/UNIFAL-MG) . As pesquisadoras esperam que os resultados do estudo contribuam para a formulação de novas estratégias de combate à violência contra a mulher, unindo conscientização e ações concretas.

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Gazeta de Varginha

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