Estudo revela que EUA e China estão se afastando no comércio, enquanto o Brasil expande seus mercados.
28 de jan.
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Um estudo recente do McKinsey Global Institute, intitulado “Geopolítica e a Geometria do Comércio Global”, revela que as grandes economias globais, como Estados Unidos e China, têm diminuído suas trocas comerciais entre si, enquanto países de médio porte, como Brasil, Índia e nações do Sudeste Asiático, têm ampliado seus mercados.
O relatório aponta que as economias em desenvolvimento, em vez das avançadas, agora representam a maior parte das importações e exportações da China, e essas economias continuam fortalecendo seus laços comerciais, não se limitando apenas a questões geográficas ou políticas, mas adotando uma estratégia mais abrangente.
BrasilO estudo destaca que entre 2017 e 2024, o Brasil tem visto um crescimento nas exportações, especialmente de produtos agrícolas e metais, para a China. Em contrapartida, o país tem aumentado suas importações de produtos manufaturados chineses, com destaque para veículos elétricos, cuja participação nas importações brasileiras dobrou. No entanto, as exportações agrícolas brasileiras para a China caíram em 2024, devido a eventos climáticos. O Sudeste Asiático, especialmente Cingapura, também tem se tornado um destino crescente para as exportações brasileiras, com destaque para os recursos energéticos.
Estados UnidosOs Estados Unidos têm se distanciado da China em seus negócios, redirecionando suas importações para o México e países da ASEAN. O comércio com a China diminuiu, especialmente em setores como eletrônicos e vestuário, enquanto o México tornou-se o maior fornecedor de mercadorias dos EUA em 2023. A participação da China nas importações dos EUA caiu em vários setores entre 2017 e 2024.
ChinaA China tem expandido seu comércio com a América Latina, com o Brasil liderando essa relação, representando quase 50% de todo o comércio da China com a região em 2024. O comércio entre Brasil e China cresceu cerca de 13% ao ano entre 2017 e 2024. Além disso, a China tem estreitado laços comerciais com a Rússia, especialmente no setor de recursos energéticos e equipamentos de transporte.
O estudo também observa uma leve queda na participação da China nas importações da Europa, embora a participação das economias europeias em setores como equipamentos de transporte tenha aumentado. No entanto, o valor total das importações da China nesse setor diminuiu devido ao crescimento da indústria automotiva doméstica da China.
Em suma, o relatório mostra uma reorientação do comércio global, com países em desenvolvimento se tornando protagonistas enquanto as grandes potências se afastam em termos de trocas bilaterais.
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