Ex-namorado é preso acusado de jogar jovem pela janela após discussão
gazetadevarginhasi
25 de mar.
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Reprodução
A morte de uma jovem de 21 anos, que caiu do 13º andar de um prédio no Centro de Belo Horizonte em agosto de 2023, teve novos desdobramentos após a conclusão do inquérito conduzido pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Inicialmente tratado como suicídio, o caso foi reclassificado como feminicídio, levando à prisão preventiva do ex-namorado da vítima, de 47 anos.
Investigação desmonta versão do suspeito
Na época do crime, o homem alegou à polícia que a jovem havia tirado a própria vida em razão de um histórico de depressão e dependência química. No entanto, a investigação realizada pelo Núcleo Especializado de Investigação de Feminicídios e pela Delegacia Especializada de Homicídios Centro apontou contradições na versão do suspeito.
Segundo a delegada Iara França, responsável pelo caso, ficou comprovado que o homem estava no apartamento no momento da queda e que ele empurrou a vítima após uma discussão. "Este é um caso claro de controle psicológico e violência contra a mulher. O suspeito tentou manipular a narrativa dos fatos para esconder sua responsabilidade, mas conseguimos provar que ele jogou a vítima pela janela", afirmou.
Relação marcada por abuso e controle
A investigação revelou que o suspeito mantinha um padrão de controle psicológico e abuso em seus relacionamentos. De acordo com a delegada, ele usava seu apartamento para hospedar jovens, muitas delas estudantes, e submetia as vítimas a abusos físicos e emocionais.
"A vítima tentava reconstruir sua vida, mas estava presa a esse relacionamento abusivo, no qual o suspeito exigia dela mais do que podia oferecer", explicou a policial. Além disso, o inquérito apontou que o investigado já havia cometido outros abusos contra mulheres. "Ele agia como um predador e muitas das vítimas não tinham forças para denunciá-lo", acrescentou França.
Manipulação e crimes paralelos
Durante as apurações, a Polícia Civil descobriu que o homem utilizava seu trabalho como motorista de aplicativo para atrair mulheres. Segundo os investigadores, ele iniciava relações com as passageiras e, posteriormente, exercia controle sobre elas.
Além disso, a polícia levantou indícios de que ele usava o aplicativo para o transporte de drogas, o que ampliou as suspeitas sobre sua conduta criminosa.
Prisão e indiciamento
O suspeito foi preso temporariamente em novembro de 2024 e teve sua prisão convertida em preventiva após a conclusão do inquérito. O indiciamento por feminicídio foi formalizado na última sexta-feira (22). Ele permanece detido, à disposição da Justiça.
"Esse caso reforça a necessidade de combater o abuso psicológico e o controle, que muitas vezes antecedem tragédias. A Polícia Civil segue determinada a buscar justiça e garantir a segurança e dignidade das mulheres", concluiu a delegada.
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