Exportações de ovos de Minas crescem após surto de gripe aviária nos EUA
gazetadevarginhasi
17 de abr.
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Surto de gripe aviária nos EUA impulsiona exportações de ovos de Minas Gerais.
O balanço das exportações do agronegócio mineiro em março trouxe um destaque curioso: o forte crescimento das vendas externas de ovos de galinha, especialmente para os Estados Unidos. A razão principal é o surto de Influenza Aviária que atingiu o plantel americano, abrindo uma oportunidade estratégica para o setor brasileiro — e Minas Gerais se destacou nesse movimento.
Segundo maior produtor de ovos do mundo, os EUA precisaram sacrificar parte significativa de suas aves, o que aumentou sua dependência de importações. O Brasil se tornou o novo fornecedor preferencial, atraindo inclusive países que tradicionalmente compravam dos americanos, como México e Canadá. “Isso é uma janela de oportunidade para Minas Gerais”, afirma Manoela Oliveira, assessora técnica do Programa AgroExporta, da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais.
Minas Gerais já é reconhecida pela qualidade da sua avicultura, e duas regiões se destacam: o Norte, especialmente Montes Claros, por sua localização estratégica; e o Sul, onde cidades como Pouso Alegre se firmam como polos tecnológicos do setor. A região Sul tem cooperativas estruturadas e proximidade com centros de pesquisa em São Paulo, o que impulsiona a competitividade e produtividade.
De acordo com Manoela, Minas Gerais possui um rebanho de postura de 21 milhões de aves, cerca de 8% do efetivo brasileiro, e responde por 7% da produção nacional — o que representa 431 milhões de dúzias de ovos por ano. A cadeia produtiva no estado é tecnificada, os produtores têm alto nível de qualificação e o sistema sanitário, coordenado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), é referência no país. O valor das exportações mineiras cresceu 266% no primeiro trimestre de 2025.
Mesmo com a demanda externa em alta, a SEAPA garante que não há risco de desabastecimento interno. Atualmente, as exportações representam apenas 1% da produção mineira. “Não há risco nem a curto, nem a médio prazo de desabastecimento. Para isso ocorrer, seria necessário um aumento muito expressivo da demanda internacional e um reajuste elevado nos preços externos”, explica Manoela.
As perspectivas são animadoras. Segundo a SEAPA, o estado praticamente dobrou suas exportações em relação ao mesmo período do ano passado. Só no primeiro trimestre, Minas arrecadou US$ 4 milhões com a venda de 2 mil toneladas. “Esperamos atingir cerca de US$ 8 milhões e mais de 4 mil toneladas no próximo trimestre”, conclui Manoela.
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