Exportações do Brasil aos BRICS Superam EUA e UE, com China como Principal Parceiro Comercial
Nos últimos anos, o Brasil consolidou um forte crescimento nas exportações para os países do BRICS, superando em volume os envios somados aos Estados Unidos e União Europeia (UE) desde 2018. Esse aumento foi intensificado pelo número crescente de acordos comerciais e diplomáticos entre os membros do grupo, segundo especialistas consultados pela CNN.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) indicam que a balança comercial entre Brasil e BRICS é favorável ao país, em contraste com o saldo negativo registrado com os EUA e a UE. Em 2009, as exportações brasileiras para EUA e UE somavam cerca de US$ 45 bilhões, enquanto os parceiros do BRICS compraram US$ 27,3 bilhões. Porém, em 2023, as vendas aos emergentes totalizaram US$ 123 bilhões, enquanto para os mercados ocidentais foram de US$ 83,2 bilhões.
A China é o principal responsável por essa inversão, tornando-se, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2023, as exportações brasileiras para o país asiático somaram US$ 104 bilhões. A secretária de Comércio Exterior do Mdic, Tatiana Prazeres, ressalta que o perfil de exportação do Brasil, com destaque para commodities e insumos agrícolas, encontrou uma ampla demanda em mercados emergentes, especialmente na China, que representa 84,5% das vendas do Brasil ao BRICS.
Para Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil), a cooperação entre os membros do bloco BRICS mostra potencial de crescimento, particularmente com a recente entrada de novos países, como Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. “A ApexBrasil identificou mais de 1.800 novas oportunidades comerciais no BRICS, e com os novos membros, esse potencial deverá se expandir ainda mais”, afirma Viana.
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