Expresso Gardenia tenta nova transferência de linhas que atendem cidades do Sul de Minas
18 de dez. de 2024
Reprodução
A Viação Expresso Gardenia está tentando novamente transferir suas linhas para outra empresa. A informação sobre a transferência foi divulgada na terça-feira (17) no Diário Oficial de Minas Gerais.
Essa transferência pode ser uma solução para a empresa, que chegou a perder temporariamente os direitos sobre suas linhas após fiscalizações apontarem problemas, como a falta de equipamentos de segurança e o não cumprimento dos horários estabelecidos.
Conforme o documento publicado, a empresa Saritur, que opera no transporte intermunicipal, pode assumir as linhas que conectam várias cidades da região, incluindo rotas para Belo Horizonte. O Conselho de Transporte Coletivo Intermunicipal e Metropolitano notificou que a Saritur tem um prazo de dez dias corridos para responder a essa autorização.
O documento também especifica as linhas que podem ser transferidas, abrangendo cidades como Lavras, Itajubá, Pouso Alegre, Alfenas, Varginha, Poços de Caldas, Boa Esperança, Três Pontas e Ouro Fino, entre outras da região.
A Gardenia informou que a intenção é que a Saritur assuma o serviço a partir de janeiro, e a expectativa é que a transição ocorra de maneira tranquila. A Saritur confirmou que solicitou a transferência ao juiz responsável pela recuperação judicial da Gardenia e também à Seinfra, e aguarda a autorização dos órgãos competentes.
Essa não é a primeira vez que a empresa tenta vender os direitos dessas linhas, sendo que uma tentativa anterior foi impedida.
Suspensão das Linhas
A Expresso Gardenia atende 107 municípios e transporta quase 2 milhões de passageiros anualmente. Em maio, a empresa teve várias linhas suspensas após fiscalizações realizadas pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) e pelo Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG).
A empresa enfrentou demissões em massa e protestos de funcionários, estimando um prejuízo de R$ 4,5 milhões, valor que poderia aumentar para R$ 6 milhões caso as linhas não fossem retomadas. Mais de 200 trabalhadores foram demitidos, e esse número poderia chegar a 400.
Em julho, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais rejeitou um recurso da empresa e manteve a decisão da Seinfra de suspender suas operações por 90 dias. Ao final do mês, a Gardenia comunicou ao Ministério do Trabalho que só pagaria os direitos trabalhistas dos funcionários demitidos se suas solicitações à Seinfra fossem atendidas.
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