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Falta de prevenção no SUS leva milhões ao hospital por causas que poderiam ser evitadas

  • gazetadevarginhasi
  • 20 de mai.
  • 2 min de leitura
Um levantamento realizado pela Uname, associação civil voltada à promoção da saúde, revelou que milhões de internações no SUS poderiam ser evitadas com uma atuação mais eficaz da Atenção Primária à Saúde (APS). A análise foi feita com base nos dados do SIH-SUS (Sistema de Informações Hospitalares do DataSUS), disponíveis no Observatório da Saúde Pública (OSP).
A APS é considerada o ponto de partida do cuidado em saúde, por meio de atendimento com profissionais generalistas em UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Essa atenção inclui também o acompanhamento nos hospitais e tem como objetivo promover ações de saúde, orientar famílias e evitar agravamentos.
Thais Junqueira, superintendente da Uname, explicou que o Brasil tem uma atenção primária frágil e ineficaz, o que resulta em altos índices de internação por doenças que poderiam ser prevenidas. Segundo dados da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), de 80% a 90% dos problemas de saúde ao longo da vida poderiam ser resolvidos nesse primeiro nível de cuidado.
Em 2024, estima-se que 1,6 milhão de internações no SUS por doenças como diabetes tipo 2, asma, pneumonia, hipertensão e deficiências nutricionais sejam causadas por ausência de cuidados primários. Isso representaria 11% de todas as internações do ano, conforme o sistema de dados do Ministério da Saúde.
Fátima Marinho, médica especialista em medicina preventiva, reforçou que muitas dessas doenças são comuns e tratáveis na atenção básica, como AVCs, pneumonias bacterianas e complicações de doenças crônicas. No entanto, quando não tratadas precocemente, evoluem para quadros graves que exigem internação.
Junqueira afirmou que o SUS ainda garante certo acesso à prevenção, graças às UBSs, mas a estrutura é insuficiente, especialmente nas periferias urbanas. A falta de equipes completas, como médicos de família, psicólogos e agentes comunitários, compromete a qualidade da atenção. Ela citou como exemplo positivo o programa Mais Médicos, que ajudou a expandir a cobertura e melhorar os indicadores de saúde.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, desde março de 2023, cerca de 6.729 novos profissionais foram incluídos na atenção primária. Ainda assim, 80% dos cerca de 3.900 municípios avaliados não atingem a meta de acompanhamento mínima de 52 mil habitantes prevista pelo programa.
Junqueira também destacou que as UBSs precisam ser otimizadas para garantir fluxo contínuo e organizado de atendimento, priorizando o acesso do usuário desde o primeiro contato até encaminhamentos necessários.

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Gazeta de Varginha

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