Famílias serão removidas após elevação de risco em nova barragem em Brumadinho, MG

A Agência Nacional de Mineração (ANM) anunciou nesta quarta-feira (23) a elevação do nível de emergência da barragem B1-A, da Mina do Quéias, em Brumadinho (MG), de nível 1 para nível 2 — numa escala que vai até 3. Como consequência, famílias que vivem próximas à estrutura deverão ser removidas preventivamente.

A barragem, de responsabilidade da empresa Emicon Mineração e Terraplenagem, apresentou condições técnicas que comprometem sua estabilidade. Segundo a ANM, parte dos dados técnicos ainda está pendente por entraves contratuais, o que impossibilita uma análise conclusiva neste momento. Embora não haja indícios de rompimento iminente, a evacuação foi determinada durante o período de seca, quando há menos risco hidrológico.

Ainda não foi divulgado o número de famílias que serão afetadas, nem o prazo para a desocupação.

A Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem de Brumadinho (Avabrum) criticou a decisão e a falta de ação mais firme por parte dos órgãos de fiscalização. Em nota, a entidade denunciou o avanço de empreendimentos minerários sem garantias de segurança, classificando a situação como um “retrocesso na legislação ambiental”.

“As mineradoras não demonstram pressa para desativar barragens de altíssimo risco, mas agilizam a todo custo a operação de novos empreendimentos”, afirmou a associação.

Brumadinho ainda carrega as cicatrizes do desastre de 2019, quando o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, da Vale, deixou 272 mortos e espalhou mais de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos, impactando comunidades inteiras e o Rio Paraopeba.