FAO aponta alta nos preços globais dos alimentos em fevereiro
gazetadevarginhasi
7 de mar.
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Os preços globais das commodities alimentícias registraram alta em fevereiro, impulsionados pelo aumento nos valores do açúcar, laticínios e óleos vegetais, informou a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) nesta sexta-feira (7).
O Índice de Preços de Alimentos da FAO, que monitora mensalmente as variações nos valores de commodities alimentícias comercializadas no mundo, atingiu uma média de 127,1 pontos no mês passado. O índice subiu 1,6% em relação a janeiro e 8,2% em comparação com fevereiro de 2024.
A alta foi puxada principalmente pelo preço do açúcar, que avançou 6,6% em relação ao mês anterior, impulsionado por preocupações com a oferta global mais restrita para a safra 2024/25, reflexo de condições climáticas adversas no Brasil. Já os preços dos laticínios subiram 4%, com todos os principais produtos do setor registrando aumento devido à forte demanda de importação que superou a produção nas principais regiões exportadoras.
Os óleos vegetais também registraram alta de 2% em fevereiro e acumularam um avanço expressivo de 29,1% em relação ao ano anterior. O aumento foi impulsionado pelos preços mais elevados dos óleos de palma, soja e girassol, refletindo restrições de oferta no Sudeste Asiático e a crescente demanda do setor de biodiesel. O índice de preços de cereais da FAO teve uma leve alta de 0,7% em relação ao mês anterior.
O preço do trigo subiu devido à oferta reduzida na Rússia e a incertezas sobre as condições das safras no leste da Europa e na América do Norte. O milho também teve aumento, impulsionado pela escassez de oferta no Brasil e pela forte demanda de exportação dos EUA. Em contrapartida, o preço global do arroz recuou 6,8% no mês.
Já os preços da carne apresentaram uma leve queda de 0,1% em fevereiro.
Perspectivas para a produção global
Em um relatório separado, a FAO projetou um aumento modesto na produção global de trigo para 2025, estimado em 796 milhões de toneladas – um crescimento de cerca de 1% em relação ao ano anterior. Esse avanço deve ser impulsionado por ganhos na União Europeia, especialmente na França e na Alemanha. No entanto, desafios como seca na Europa Oriental e excesso de chuvas na Europa Ocidental podem impactar os rendimentos. Nos EUA, a área plantada deve aumentar, mas as condições de seca podem limitar a produtividade.
A produção global de arroz deve alcançar um recorde de 543 milhões de toneladas na safra 2024/25, impulsionada por boas perspectivas na Índia e condições climáticas favoráveis no Camboja e em Mianmar.
A FAO também revisou sua estimativa para a produção global de cereais em 2024, prevendo um volume de 2,842 bilhões de toneladas, levemente superior ao registrado em 2023.
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