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Flamenguista agredido em final da Copa do Brasil relata traumas e reflete sobre violência no futebol


Richard Bastani, de 50 anos, está se recuperando em casa após ser agredido por um grupo de torcedores no dia 10 de novembro, durante a final da Copa do Brasil entre Atlético e Flamengo. Com o braço enfaixado e os olhos inchados, o flamenguista sofreu um ataque violento enquanto chegava a um bar para assistir ao jogo. Em entrevista exclusiva ao O TEMPO Sports, Richard compartilhou os traumas emocionais e físicos resultantes da agressão, e como está lidando com as consequências desse episódio de terror. Três suspeitos foram detidos pelo crime.

"Quando cheguei em casa e pude relaxar, pensei: ufa, passou", contou o psicólogo e representante comercial. "Os traumas estão aí e é necessário enfrentá-los. Confesso que não estou dormindo bem, estou emocionalmente abalado, já busquei o auxílio de uma psicóloga para ajudar a lidar com isso ao longo do tempo. Tenho tido dificuldades para dormir, pesadelos e perturbações", completou.

Além das contusões, Richard quebrou o braço em várias partes, teve fratura facial, sangramento craniano e precisou ser internado em um Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Agora em casa, ele reflete sobre o episódio e destaca que a violência não está restrita ao ambiente do futebol.

"O futebol não é o responsável pelo que aconteceu, nem o Atlético Mineiro. A grande maioria da torcida do Atlético também não. Infelizmente, há pessoas que querem descontar suas frustrações no outro. Precisamos refletir sobre isso. Lamento o que aconteceu comigo, assim como o que aconteceu com o cruzeirense (morto pela Mancha Alviverde) e o fotógrafo (que teve o pé fraturado)", afirmou. Richard acredita que, apesar das imagens traumáticas que continuam a aparecer em sua mente, "isso vai passar".

Sobre as prisões dos agressores e as tentativas de apelar das penas, ele disse: "Estão no direito deles". Mas deixou um recado importante: "Me sinto 'roubado' do direito de andar com a camisa do Flamengo na rua. Confesso que não vou mais usar. Só vou sair de casa ou ir à casa de parentes, mas na rua, não. Precisamos refletir sobre isso. A situação está muito difícil. No estádio, é importante lembrar que o futebol é entretenimento. Devemos olhar para o outro e entender que a vida é muito mais do que isso", afirmou.

Ao ser questionado se, quando estiver totalmente recuperado, planeja voltar aos estádios para assistir a um jogo do Flamengo, seja contra o Atlético ou Cruzeiro, Richard fez uma pausa antes de responder, claramente emocionado: "Não sei... Não sei... Talvez não. Não sei."

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