Fraude milionária com celulares e empréstimos leva grupo à mira da Justiça em 11 cidades mineiras
gazetadevarginhasi
29 de abr.
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Divulgação-MPMG
Grupo é alvo de operação por fraude de R$ 14 milhões em ICMS e esquema com empresas de fachada em Minas.
A operação “Sistema Paralelo” foi deflagrada na manhã desta terça-feira (29) para investigar um esquema de sonegação fiscal e crimes contra a economia popular envolvendo um grupo econômico com base em Curvelo, na região Central de Minas Gerais. O grupo atuava no comércio de celulares e na oferta de empréstimos pessoais.
Segundo as investigações, o prejuízo causado aos cofres públicos chega a cerca de R$ 14 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não recolhido. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apura também os crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, usura, estelionato e lavagem de dinheiro.
Ao todo, foram expedidos 31 mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva em 11 cidades mineiras: Curvelo, Abaeté, Belo Horizonte, Diamantina, Jequitibá, João Pinheiro, Paracatu, Paraopeba, Pirapora, Sete Lagoas e Três Marias.
O grupo investigado criava empresas em nome de “laranjas” para comercializar celulares e oferecer empréstimos sem nota fiscal nem registro contábil. Também há indícios de aplicação de juros abusivos e movimentações financeiras ilegais. Foram alvos das buscas residências de empresários, funcionários e sedes das empresas utilizadas no esquema ou beneficiadas pelos lucros ilícitos.
Além das buscas, foi determinada a indisponibilidade de bens dos investigados no valor de R$ 36,4 milhões, incluindo veículos de luxo, imóveis e criptomoedas. Durante a operação, foram apreendidas também armas e munições.
A ação foi articulada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA), com apoio do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet/MPMG), Secretaria de Estado de Fazenda, Polícia Civil, Polícia Militar, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Central, Procuradoria Especializada em Ações de Competência Originária Criminal (PCO), Centro de Apoio às Promotorias de Defesa do Patrimônio Público (Caopp), Grupo de Apoio às Atividades Privativas do Procurador-Geral e Gabinete de Segurança e Inteligência (GSI) do MPMG.
Participaram da operação seis promotores de Justiça, três delegados, 30 servidores da Receita Estadual, 10 servidores do MPMG, oito policiais militares e cerca de 100 policiais civis.
Criado em maio de 2007, o CIRA completa 18 anos como uma das principais estratégias de enfrentamento à sonegação e à lavagem de dinheiro em Minas. Desde sua fundação, o comitê já recuperou mais de R$ 16 bilhões para os cofres públicos e inspirou ações semelhantes em outros estados. A articulação também passou a contar com o apoio da Polícia Rodoviária Federal.
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