Golpe bilionário: Mulher é presa por fraude em clube de investimentos em MG
gazetadevarginhasi
26 de mar.
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Reprodução
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) investiga um esquema fraudulento envolvendo um clube de investimentos irregular, que já causou um prejuízo estimado em quase R$ 4 milhões e deixou ao menos 11 vítimas identificadas. A principal suspeita, uma mulher de 37 anos, foi presa nesta segunda-feira (24/3).
De acordo com a 2ª Delegacia Especializada em Investigação de Fraudes, a investigada utilizava sua experiência na área financeira para atrair investidores, prometendo lucros superiores aos praticados pelo mercado. Para isso, ela contava com indicações de conhecidos e clientes, o que ajudava a fortalecer sua credibilidade.
O delegado Rafael Alexandre de Faria explica que, apesar de ser cadastrada como assessora de investimentos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o clube gerenciado por ela não possuía registro na entidade, o que o tornava ilegal.
As investigações tiveram início em maio de 2024, após vítimas denunciarem a falta de retorno dos valores investidos. Conforme apurado, os aportes financeiros eram direcionados para contas pessoais da suspeita. “Ela recebia os valores e, repentinamente, parou de repassar qualquer quantia aos investidores. Em seguida, deletou suas redes sociais e desativou o endereço físico onde se apresentava como assessora de investimentos, deixando os clientes sem informações sobre o paradeiro do dinheiro”, detalha o delegado.
Possível pirâmide financeira
A polícia aponta que o esquema pode se tratar de uma pirâmide financeira, em que os pagamentos aos primeiros investidores dependem dos aportes feitos por novos participantes. O modelo fraudulento tende a entrar em colapso quando não há mais adesão de novos clientes.
Além disso, há indícios de envolvimento de familiares da suspeita na ocultação e movimentação ilícita de recursos. Registros bancários indicam que, entre junho de 2022 e abril de 2024, mais de R$ 12 milhões passaram por transações suspeitas relacionadas ao caso. Apenas entre as vítimas já identificadas, o rombo financeiro passa de R$ 3,86 milhões. “Seguimos com diligências para identificar o prejuízo total causado pela fraude”, afirma o delegado.
Ações da polícia
Diante das evidências, a PCMG solicitou e obteve autorização judicial para diversas medidas cautelares. Foram decretadas a prisão preventiva da investigada, o bloqueio de valores superiores a R$ 3,8 milhões, além da quebra de sigilo bancário dela e de seus familiares. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na última quinta-feira (20/3).
A suspeita, que se apresentou com advogado, negou qualquer irregularidade e afirmou que os valores foram perdidos em operações de Day Trade, modalidade de investimento de alto risco na bolsa de valores.
As investigações seguem em andamento para esclarecer todos os detalhes do esquema. A PCMG orienta que outras possíveis vítimas compareçam ao Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes, localizado na Avenida Francisco Sales, 780, bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte.
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