Governo atualiza impacto do pacote fiscal: desidratação reduz economia para R$ 69,8 bilhões.
O Ministério da Fazenda revisou a estimativa de impacto do pacote fiscal aprovado no Congresso, reduzindo a economia esperada de R$ 71,9 bilhões para R$ 69,8 bilhões até 2026. A desidratação das medidas ocorreu durante as negociações no Legislativo, gerando uma perda de R$ 2,1 bilhões, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (20).
Entre as mudanças mais significativas está a retirada da possibilidade de a União reduzir repasses futuros ao Fundo Constitucional do Distrito Federal, o que, originalmente, teria economizado R$ 2,3 bilhões. Com a exclusão, a economia prevista caiu para zero nesse item.
Outros cortes incluíram o programa Bolsa Família (reduzido de R$ 5 bilhões para R$ 4 bilhões) e a exigência de biometria em programas sociais, cuja economia passou de R$ 5 bilhões para R$ 4 bilhões.
Por outro lado, houve compensações em medidas como o salário mínimo, cuja economia aumentou de R$ 12 bilhões para R$ 15,3 bilhões, devido à atualização do Produto Interno Bruto (PIB) para 3,2% em 2023.
Cálculos de instituições financeiras indicam que o impacto real pode ser ainda maior do que o estimado pelo governo. A XP Investimentos, por exemplo, apontou que a desidratação reduzirá a economia para R$ 17,4 bilhões em 2025 e R$ 26,9 bilhões em 2026, abaixo das metas iniciais.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou a possibilidade de propor novas medidas fiscais em 2025 para compensar as perdas. “A revisão de gastos precisa ser contínua, uma rotina administrativa para manter a responsabilidade fiscal,” afirmou Haddad.
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