top of page
1e9c13_a8a182fe303c43e98ca5270110ea0ff0_mv2.gif

Governo minimiza reações por presença de partidos da base em impeachment de Lula

A assinatura de deputados de partidos que integram a base do governo no pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não movimentou qualquer espécie de retaliação. Na última terça-feira (27), o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), avisou que entregaria a lista com esses nomes para que o Palácio do Planalto tomasse providências.
“Formou-se um consenso entre nós de que é incompatível o parlamentar ser da base do governo, ter relação com o governo e assinar pedido de impeachment. Isso não é razoável e a minha posição é encaminhar a lista desses parlamentares para que o governo tome providências”, disse. Mas, até agora, os líderes não foram avisados sobre eventuais reações, assim como os próprios parlamentares que poderiam perder vantagens. Das 140 assinaturas que a oposição contabiliza no pedido de impeachment, 49 são de deputados de partidos que compõem o primeiro escalão do governo Lula: MDB, União Brasil, PSD, PP e Republicanos. Juntos, eles ocupam 11 das 38 cadeiras de comando na Esplanada dos Ministérios.
Além dos órgãos de maior destaque, o governo negociou outros incentivos em troca de apoio. A lista conta com vice-presidências, diretorias e cargos estaduais em empresas como a Caixa Econômica Federal e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), entre outras.
A expectativa era a de que o governo pedisse de volta cargos em uma pressão às legendas. O entrave é que essas 49 assinaturas seriam de dissidentes que nunca participaram em nada do governo, portanto, sequer foram beneficiados em algum momento ou tiveram qualquer pedido atendido.
“Esses deputados não têm e nunca tiveram ligação com o governo, então não tem porque reagir”, disse à reportagem de O TEMPO Brasília um congressista que tem portas abertas no gabinete de Lula. Dessa forma, cobranças cairiam em figuras dos partidos que aceitaram trocar apoio por poder e não têm relação com a lista do pedido de impeachment.
Essa avaliação ganha ainda mais força porque desde o início Lula sabia que não teria consenso a seu favor dentro das siglas, especialmente em relação ao PP e ao Republicanos. Os dois entraram para o governo em setembro de 2023, enquanto MDB, União Brasil e PSD estão desde a posse do petista, em janeiro do ano passado.
Apesar de atestar a falta de reação mais de uma semana depois de suas rubricas no pedido de impeachment ficarem públicas, esses parlamentares ainda não descartam que o governo cobre a conta. Não há, porém, grandes preocupações com essa possibilidade.
Chefe da articulação política do governo Lula, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também minimizou as reações possíveis. Na quarta-feira (28), ele disse que estudaria eventuais providências quando recebesse de Guimarães a lista com os nomes. “Mas isso não significa punição”, frisou, destacando que não é papel do governo retaliar ações de parlamentares.
O pedido de impeachment de Lula foi protocolado na Câmara dos Deputados em 22 de fevereiro e mira a comparação feita pelo presidente entre os ataques de Israel na Faixa de Gaza, em meio à guerra contra o Hamas, ao Holocausto, que foi a perseguição e o assassinato de judeus na Alemanha nazista por Adolf Hitler.
A presença dos cinco partidos no governo Lula
O PSD tem três cadeiras no primeiro escalão desde o início do governo Lula: Carlos Fávaro na Agricultura; André de Paula na Pesca; e Alexandre Silveira em Minas e Energia.
O União Brasil tem a mesma quantidade. Juscelino Filho e Waldez Góes (que não é filiado), das Comunicações e Integração e Desenvolvimento Regional, respectivamente, estão nos cargos desde janeiro de 2023. Já a pasta do Turismo começou sob o comando de Daniella Carneiro, mas passou para Celso Sabino em uma disputa interna do partido.
Também com três ministérios, o MDB comanda, desde o início do governo, as pastas de Transportes, com Renan Filho; das Cidades, com Jader Filho; e do Planejamento, com Simone Tebet.
Já o PP e o Republicanos entraram no governo em setembro, em uma negociação direta do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A troca foi aceita por Lula, que esperava ter maior apoio na aprovação de projetos de interesse do governo na Câmara.
Na ocasião, Silvio Costa Filho, do Republicanos, assumiu o Ministério de Portos e Aeroportos, enquanto André Fufuca, do PP, ficou com o comando da pasta do Esporte.
Fonte: O Tempo

Σχόλια


bottom of page