Governo prepara estratégias contra 'tarifaço global' de Trump
gazetadevarginhasi
11 de fev.
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A pedido do vice-presidente Geraldo Alckmin, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior está elaborando um mapeamento para identificar os setores mais afetados pela guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A análise visa identificar medidas que o Brasil possa adotar para minimizar os impactos de uma possível elevação das tarifas impostas pelos norte-americanos. O levantamento também considera os efeitos colaterais que a reação a uma elevação de tarifas em um setor específico pode gerar em outras áreas de exportação e até no mercado interno.
Ao mesmo tempo, o governo está buscando acelerar a busca por novos mercados como uma forma de compensar o impacto do aumento de tarifas globais por parte de Trump.
Em resposta a questionamentos, o Ministério negou estar realizando qualquer levantamento sobre o assunto. Nos bastidores em Brasília, a estratégia tem sido de cautela, com silêncio nas negociações. No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou publicamente que, caso Trump imponha tarifas sobre os produtos brasileiros, o Brasil reagirá de forma recíproca. A preocupação do governo é que, em um futuro próximo, o Brasil possa se tornar alvo das tarifas impostas por Trump. A ordem agora é evitar chamar atenção para não ser lembrado pelo governo dos Estados Unidos.
O relatório elaborado pelo time do vice-presidente também avalia medidas que o Brasil pode tomar, como a utilização de salvaguardas e a suspensão do regime de ex-tarifário, que reduz temporariamente o Imposto de Importação para produtos específicos. Em um cenário internacional adverso, técnicos do governo apontam que o Brasil precisará traçar novas estratégias, utilizando seu mercado interno para absorver os produtos e intensificando o diálogo e as relações comerciais, políticas e diplomáticas com os países do Brics, especialmente com China, Rússia e Índia.
Com esse estudo, o Brasil espera medir previamente o impacto de possíveis retaliações dos Estados Unidos e determinar se um contra-ataque pode gerar mais custos para as empresas brasileiras. O trabalho, considerado complexo, está sendo conduzido para avaliar todos os cenários possíveis. Setores como aço, máquinas e equipamentos, carne e combustíveis estão entre os mais vulneráveis a um possível aumento de tarifas.
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