O delegado responsável pela investigação do acidente em Gramado, Gustavo Barcellos, deu uma entrevista na manhã desta segunda-feira (23) e informou que os fragmentos da aeronave que caiu na cidade, assim como os corpos das vítimas, ainda estão sendo recolhidos.
Ele descreveu o local do acidente como uma “destruição total”. As forças de segurança do Rio Grande do Sul continuam os trabalhos de resgate dos corpos.
No total, dez pessoas morreram no acidente, e outras duas ficaram gravemente feridas, atingidas pela aeronave no solo após a queda, quando o avião pegou fogo. Barcellos afirmou que a perícia continua recolhendo os destroços e enviando-os ao Instituto Médico Legal (IML) de Porto Alegre devido à grande magnitude do evento. As investigações seguem em andamento para identificar e individualizar as vítimas.
O delegado comentou sobre o impacto da cena: “É algo muito chocante. Um cenário de destruição total. Nunca vivi uma situação como essa em meus 20 anos de carreira”.
O perito Lucas Toniolo, do Instituto Geral de Perícias (IGP) do estado, explicou que a investigação está sendo conduzida em duas frentes: uma para entender as causas do acidente e outra para identificar as vítimas.
Ele detalhou que a confirmação das identidades será feita por meio de exames de DNA ou outros métodos possíveis. No entanto, ele destacou que o processo de identificação pode demorar, já que é necessário cruzar várias amostras com possíveis referências.
O coronel Maurício Ferro, do Corpo de Bombeiros, informou que um drone foi usado durante a madrugada para realizar uma leitura termográfica, mas não foram encontrados focos de calor ou incêndio.
Os trabalhos seguiram até as 3h30 da manhã, quando a última parte da aeronave foi retirada do local. Alguns materiais biológicos encontrados foram isolados e enviados para perícia. A estrutura de uma pousada afetada pela queda ainda está muito danificada, apresentando risco de desabamento.
O acidente aconteceu na manhã deste domingo (22) em Gramado, na Serra Gaúcha, quando um avião bimotor de pequeno porte caiu sobre lojas e residências na Avenida das Hortênsias, principal via da cidade. As condições meteorológicas no momento do voo eram adversas, com chuva e névoa, o que dificultava a visibilidade na região. O avião havia decolado do Aeroporto de Canela, vizinho a Gramado, às 09h12, com destino a Jundiaí, em São Paulo. Um vídeo mostrou as vítimas cruzando a pista do aeroporto para embarcar no avião.
As vítimas fatais eram da família de Luiz Galeazzi, CEO da Galeazzi & Associados. Entre os mortos estavam Luiz Galeazzi, piloto e proprietário da aeronave, sua esposa, três filhas adolescentes, sua irmã e cunhado, além de dois sobrinhos e sua sogra.
A lista completa das vítimas inclui:
Luiz Cláudio Salgueiro Galeazzi (proprietário e piloto do avião);
Tatiana Natucci Niro (esposa de Luiz e mãe das três filhas);
Maria Eduarda Niro Galeazzi (filha de Tatiana e Luiz);
Maria Elena Niro Galeazzi (filha de Tatiana e Luiz);
Maria Antônia Niro Galeazzi (filha de Tatiana e Luiz);
Lilian Natucci (mãe de Tatiana);
Veridiana Natucci Niro (irmã de Tatiana e esposa de Bruno, mãe de Giulia e Mateo);
Bruno Cardoso Munhoz de Guimarães Araújo (marido de Veridiana e pai de Giulia e Mateo);
Giulia e Mateo (filhos de Veridiana e Bruno).
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