Haddad afirma que portabilidade do vale-alimentação pode contribuir para a redução dos preços dos alimentos
gazetadevarginhasi
24 de jan.
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Reprodução
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (23) que a regulamentação da portabilidade do vale-refeição e vale-alimentação pode ajudar a reduzir os preços dos alimentos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apontou a queda no preço dos alimentos como uma prioridade e cobrou ações durante a reunião ministerial realizada no dia 20.
Haddad explicou que o governo já está trabalhando na regulamentação da portabilidade do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). Em agosto do ano passado, Lula editou um decreto que possibilita aos trabalhadores migrarem entre as empresas responsáveis pela gestão dos vales-alimentação e vale-refeição. Contudo, o ministro destacou que essa regulamentação ainda não foi implementada pelo Banco Central.
“Penso que há um espaço regulatório que caberia ao Banco Central, mas que não foi feito até o fim da gestão anterior. Pretendemos explorar esse espaço no curto prazo”, disse Haddad.
O objetivo do governo é que a portabilidade entre bandeiras aumente a concorrência entre as empresas que prestam esse serviço, o que pode resultar na redução das taxas de intermediação cobradas pelos estabelecimentos comerciais.
De acordo com Haddad, “se você baratear a intermediação, isso pode impactar positivamente no preço dos alimentos”.
O ministro também ressaltou a importância da alimentação fora de casa e mencionou que, ao regulamentar a portabilidade e dar mais poder ao trabalhador, o governo acredita que será possível encontrar soluções para que o valor do benefício seja mais bem aproveitado.
Haddad negou, no entanto, que o governo tenha planos de usar recursos do Orçamento para subsidiar os preços dos alimentos. “Não há nada disso no horizonte. Absolutamente nada disso. Ninguém está pensando em usar espaço fiscal para isso”, afirmou.
O ministro também comentou que o aumento nos preços dos alimentos, como leite, café, carne e frutas, está relacionado às commodities e à exportação. Segundo ele, quando o dólar se estabilizar, isso refletirá positivamente nos preços internos.
O alto custo dos alimentos tem sido um dos principais desafios do governo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os alimentos consumidos no domicílio apresentaram inflação de 8,23% em 2024, com destaque para carnes (20,84%), café moído (39,60%), leite (18,83%) e frutas (12,12%). O índice é medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
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