Haddad: efeito da Selic sobre a inflação será mais rápido do que se imagina.
6 de fev.
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (5) em entrevista à GloboNews que o impacto da Selic sobre a inflação será mais rápido do que muitos imaginam.
“O choque de juros foi muito forte, então a resposta virá de forma mais ágil. Acredito que teremos uma acomodação mais rápida devido a isso”, disse Haddad.
Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano, após um aumento de 1 ponto percentual na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em janeiro. O ciclo de aumento das taxas foi retomado em setembro, e o Banco Central já prevê mais um aumento na próxima reunião, marcada para março.
Em comunicado, o BC explicou a necessidade de manter uma política monetária mais restritiva, considerando o cenário recente de desancoragem das expectativas de inflação, aumento das projeções inflacionárias, resistência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho.
Para Haddad, a política monetária está em um nível restritivo, mas sem ser excessiva. “É uma dose que não mata o paciente, mas que visa trazer a inflação para o centro da meta”, afirmou. O ministro ainda prevê que a inflação em junho estará acima do teto da meta. O Banco Central já havia antecipado, na ata divulgada na terça-feira (4), que a inflação estará acima da meta de 3%, com uma tolerância de até 4,5% até o meio do ano.
“Se em junho [a inflação] ultrapassar 4,5%, como é provável, o BC enviará uma carta ao Conselho Monetário Nacional sugerindo uma nova trajetória de convergência. A partir daí, vamos avaliar”, acrescentou Haddad.
Apesar da carta, o ministro explicou que até junho o horizonte relevante do Banco Central já será diferente do atual.
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