Hamas adia libertação de reféns e acusa Israel de violar acordo
11 de fev.
Reprodução
Shakoofa Khalili estava aguardando a volta de seu marido, que havia saído para comprar pão, quando ouviu sua filha de oito anos gritar da sacada. A menina viu a polícia se aproximando de seu pai na rua, diante da casa segura da família em Islamabad, no Paquistão, e correu para confrontá-los. "Ela chorou e agarrou a mão do policial, implorando para que soltasse seu pai", contou Khalili à CNN, descrevendo seu pavor de ver seus maiores medos se tornando realidade.
Após a queda do Afeganistão nas mãos do Talibã em 2021, milhares de afegãos fugiram para o Paquistão, buscando segurança longe do regime radical. Aqueles que trabalharam com os Estados Unidos ou forças da Otan temiam represálias, especialmente com a promessa de reassentamento nos EUA. Khalili e sua família estavam entre os refugiados à espera de vistos americanos. Com a recente ordem executiva do presidente Donald Trump suspendendo o Programa de Admissão de Refugiados dos EUA (USRAP), que exclui refugiados em processo de reassentamento, muitos temem ser deportados de volta ao Afeganistão.
O governo paquistanês elaborou um plano de repatriação que exige a remoção de afegãos das grandes cidades, como Islamabad, até março de 2025. Caso contrário, eles seriam enviados de volta ao Afeganistão. Khalili, que trabalhou em um programa de proteção contra abuso infantil apoiado pelos EUA, destacou que retornar ao Afeganistão seria uma sentença de morte para ela e sua família. Ela relatou que sua filha ficou traumatizada após a tentativa de prisão, passando dois dias em silêncio, sem comer, e gritando durante o sono.
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