Hospital do Servidor Público de SP registra surto de superfungo com 14 casos confirmados

O Hospital do Servidor Público Estadual, na zona sul de São Paulo, está enfrentando um surto de infecção por superfungo, com 14 pacientes já testando positivo desde o início de 2025. O surto ganhou notoriedade após a morte de um idoso de 73 anos por complicações relacionadas ao patógeno.

O fungo identificado é o Candida auris, conhecido pela sua alta resistência a medicamentos antifúngicos e pela capacidade de sobreviver em ambientes hospitalares, facilitando a transmissão por contato com superfícies, equipamentos ou mesmo entre pacientes e profissionais da saúde.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, o fungo tende a afetar principalmente pessoas com sistema imunológico comprometido, como pacientes internados em tratamento intensivo. Além disso, destaca-se a dificuldade no combate à infecção devido à sua resistência a desinfetantes hospitalares convencionais.

“É um fungo que normalmente apresenta um perfil de resistência bastante alta. Muitas vezes, ele é resistente também às medidas de desinfecção do ambiente, como a cama, os materiais que o paciente toca. Há poucas alternativas para tratar essas infecções”, explicou Chebabo.

Em nota, o hospital informou que, após a identificação dos casos, foram adotadas medidas de contenção, como:

• Isolamento dos pacientes em quartos individuais

• Higienização intensificada de áreas e equipamentos

• Treinamentos específicos para as equipes médicas e de apoio

• Coletas mensais por seis meses para acompanhamento do cenário

Os primeiros casos da Candida auris no Brasil surgiram em 2020, em um hospital de Salvador (BA), durante a pandemia de Covid-19. A superlotação hospitalar e a redução de práticas de controle de infecção naquele período favoreceram o surgimento e a disseminação do superfungo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acompanha os casos e mantém protocolos de segurança e controle em nível nacional, especialmente em unidades hospitalares com histórico de surtos.