Hospital psiquiátrico Gedor Silveira pode encerrar atividades por falta de recursos
gazetadevarginhasi
9 de mai.
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Reprodução
O Hospital Gedor Silveira, maior instituição psiquiátrica de Minas Gerais, corre o risco de fechar as portas por falta de recursos. A unidade, que atualmente atende 90 pacientes com transtornos mentais e dependência de substâncias, suspendeu a admissão de novos internados por não conseguir cobrir os custos de operação.
A instituição oferece, além do tratamento clínico, oficinas terapêuticas e atividades esportivas. No entanto, o atendimento está comprometido pela situação financeira crítica. Segundo a gestora do hospital, Gabriela Silveira, o custo mensal da unidade é de aproximadamente R$ 800 mil, com um déficit que ultrapassa R$ 500 mil por mês.
“O déficit é muito alto e dificulta o andamento das atividades. A medida de suspender novas internações é uma forma técnica de garantir um encerramento digno e responsável do tratamento dos pacientes que já estão internados. Infelizmente, existe sim a possibilidade real de fechamento total da instituição”, afirmou a gestora.
Em outubro de 2023, um acordo firmado com o Ministério Público garantiu repasses mensais de R$ 2,5 mil por parte de 60 municípios atendidos pela unidade, o que ajudou temporariamente a equilibrar as contas. Contudo, os repasses cessaram em outubro do ano passado, agravando a crise.
Outro ponto levantado pela direção é o valor defasado pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desde 2018, o repasse por paciente está congelado em pouco mais de R$ 80 — valor considerado insuficiente para manter a operação. Para cobrir os custos reais, segundo a gestão, o valor ideal seria de R$ 253 por paciente.
A psicóloga Márcia Cristina Fernandes destacou que o trabalho do hospital é insubstituível. Os pacientes, em sua maioria, estão em crises graves e muitas vezes não conseguem ser acolhidos pelas estruturas dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
“Recebemos pacientes com transtornos severos, comportamentos agressivos, delírios e agitação psicomotora. Eles colocam em risco a si mesmos, a família e os profissionais. O CAPS não tem estrutura para lidar com esse tipo de caso. Se o Gedor fechar, será necessário repensar totalmente a rede de atendimento psiquiátrico”, afirmou.
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