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Indústria mineira cresce em 2024, mas expectativa cai para 2025 sob risco de desaceleração econômica

Reprodução
A indústria de Minas Gerais deve encerrar 2024 com um crescimento de 3,2%, conforme anunciou a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) nesta quinta-feira (19/12).

No entanto, as projeções para 2025 indicam uma expansão mais modesta, de 2,8%. A redução nas expectativas está relacionada ao esperado desaceleramento da economia no Brasil e no estado.

Até o terceiro trimestre deste ano, o setor industrial cresceu 4,2% em Minas, sendo o segundo maior responsável pelo Produto Interno Bruto (PIB) do estado, e gerou 2,53 milhões de empregos.

No Brasil, a indústria deve fechar o ano com 20,8 milhões de postos de trabalho.
Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, destacou que, apesar do bom ritmo de crescimento econômico observado nos últimos dois anos, ele acredita que o aumento do PIB do Brasil, projetado para 3,4% até o final do ano, não é sustentado por fatores que favoreçam o crescimento de longo prazo.

Ele criticou o aumento dos gastos do governo federal com programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, dizendo que isso cria uma "injeção de adrenalina" que, embora eficaz no curto prazo, pode acabar prejudicando a economia no futuro.

De acordo com Roscoe, os dados da Fiemg apontam que o consumo das famílias deverá ter um aumento de 5,1% este ano. No entanto, 30% dessa receita vem de programas como o Bolsa Família, que, segundo ele, se transformou em uma forma de sustento permanente para muitas pessoas, criando um problema estrutural.

O presidente da Fiemg também expressou preocupação com o aumento da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, que recentemente foi elevada para 12,25%. O Banco Central já indicou que a taxa pode chegar a 14,25% até março de 2025. Segundo Roscoe, isso é um fator negativo, pois pode prejudicar os investimentos na indústria, que geralmente demandam um horizonte de longo prazo e podem ser afetados por juros elevados.

Em relação aos setores específicos da indústria, a metalurgia foi o que apresentou o pior desempenho até o terceiro trimestre, com uma queda de 3,2% em Minas Gerais, principalmente devido à forte concorrência das importações de aço da China. A metalurgia e a siderurgia são setores chave para o estado, assim como a indústria alimentícia.

Roscoe detalhou que a indústria mineira foi severamente impactada pela superoferta de aço chinês, que foi vendido a preços abaixo de custo devido a uma série de fatores, como o fechamento do mercado chinês para alguns produtos e a queda nas expectativas de crescimento da economia chinesa.

Roscoe também afirmou que o início do governo de Donald Trump nos Estados Unidos não deve alterar significativamente o cenário, já que as tarifas para produtos chineses, como o aço, já haviam sido aumentadas sob a gestão de Joe Biden. Ele ressaltou que o objetivo agora é evitar um novo aumento de tarifas sobre o aço brasileiro.

Fonte: O Tempo

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