Inflação dos EUA desacelera para 2,3% em março, mas gastos disparam com tarifas de Trump
gazetadevarginhasi
30 de abr.
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A inflação nos Estados Unidos desacelerou de forma significativa em março, aproximando-se da meta de 2% estipulada pelo Federal Reserve (Fed). Segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (30) pelo Departamento de Comércio, o índice de preços PCE – principal termômetro inflacionário usado pelo banco central americano – subiu 2,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em fevereiro, a alta havia sido de 2,7%.
Na comparação mensal, os preços permaneceram estáveis, após avanço de 0,4% em fevereiro. A desaceleração era esperada por analistas, que projetavam avanço de 2,2% na taxa anual, reflexo direto da queda nos custos de energia. A pressão de uma possível recessão derrubou os preços do petróleo e reduziu os gastos com energia e serviços relacionados, que recuaram 2,7% em março. Já os preços dos alimentos avançaram 0,5%, no maior salto mensal em meses.
O índice PCE central, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também ficou estável em março e desacelerou para uma alta anual de 2,6%, ante os 3% registrados anteriormente.
Apesar da desaceleração inflacionária, os gastos dos consumidores dispararam, com crescimento de 0,7% em relação a fevereiro – a maior alta mensal em mais de dois anos. O movimento é atribuído a uma corrida dos americanos às compras diante da expectativa de tarifas elevadas impostas pelo ex-presidente Donald Trump. Em fevereiro, os gastos haviam crescido apenas 0,1%.
As medidas econômicas promovidas por Trump – que incluem grandes cortes em cargos públicos, redução de gastos, tarifas generalizadas e deportações em massa – geraram uma onda de incerteza nos mercados. O resultado é visível nos dados divulgados nesta quarta: a economia americana registrou contração no primeiro trimestre pela primeira vez em três anos, e o relatório de contratações do setor privado apontou queda expressiva na geração de empregos.
A combinação entre inflação sob controle, consumo aquecido artificialmente e instabilidade econômica reforça os desafios que a política econômica norte-americana enfrenta, sobretudo em meio à crescente tensão comercial e aos impactos da agenda de Trump na economia doméstica e global.
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