Judô muda regra, e movimento que tirou medalha do Brasil na Olimpíada de Paris volta a valer
16 de dez. de 2024
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A Federação Internacional de Judô (FIJ) anunciou recentemente novas regras para o próximo ciclo olímpico, com o objetivo de tornar a modalidade mais dinâmica, após críticas recebidas durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Um dos principais focos da mudança foi a confusão gerada por alguns lances durante as competições. As modificações visam simplificar e agilizar os combates, deixando-os mais emocionantes para o público.
Uma das novidades mais importantes é o fim da punição por "mergulho de cabeça", uma estratégia em que o judoca se abaixa rapidamente e apoia a cabeça no chão para projetar ou se defender de uma queda. Esse movimento foi anteriormente proibido devido ao risco de lesões cervicais, mas a FIJ agora autoriza seu uso, exceto em eventos de cadetes (atletas menores de 18 anos). Um exemplo recente de desclassificação por essa técnica foi o caso da brasileira Rafaela Silva nos Jogos de Paris.
Além disso, a FIJ trouxe de volta o yuko, uma pontuação menor que o waza-ari e o ippon, que havia sido retirado após os Jogos Olímpicos do Rio de 2016.
O yuko será marcado quando um judoca imobilizar o oponente por pelo menos cinco segundos. No entanto, não está claro se a pontuação será aplicada também às projeções, como era feito anteriormente, quando um judoca arremessava seu oponente de lado.
Outra alteração importante é a permissão do retorno do "seoi-nage invertido" (ou "seoi coreano"), um golpe que havia sido proibido no ciclo olímpico anterior devido a questões de segurança. Embora o golpe volte a ser permitido, ele continua sendo proibido nas competições de cadetes. Por outro lado, as catadas de perna permanecem ilegais.
O regulamento também altera a forma de segurar o kimono do adversário. Agora, o judoca pode segurar o "casaco" do oponente até a parte superior da coxa, abaixo da faixa, desde que isso não interfira no andamento da luta, algo que antes resultava em punição se o kimono fosse segurado abaixo da faixa.
Com o objetivo de tornar os combates ainda mais rápidos, a FIJ estabeleceu um limite de 30 segundos para que o judoca, após pegar no kimono do adversário, inicie um golpe efetivo. Além disso, ações positivas no ne-waza (luta no solo) também serão levadas em consideração.
Essas novas regras entram em vigor a partir do Grand Slam de Paris, marcado para 1 e 2 de fevereiro de 2025. As modificações serão revistas após o Campeonato Mundial, que ocorrerá entre 13 e 20 de junho de 2025, na Hungria.
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