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Juros médios no crédito livre sobem para 43,7% ao ano em fevereiro, aponta BC

  • gazetadevarginhasi
  • 9 de abr.
  • 3 min de leitura
Reprodução
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A taxa média de juros nas concessões de empréstimos com recursos livres para famílias e empresas chegou a 43,7% ao ano em fevereiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Banco Central (BC). O número representa uma alta de 1,5 ponto percentual (pp) na comparação com janeiro e de 3,4 pp em relação a fevereiro de 2024.

A elevação dos juros bancários acompanha o movimento da taxa básica da economia, a Selic, mantida em 14,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A Selic é o principal instrumento do BC para conter a inflação, atuando sobre o consumo por meio do encarecimento do crédito e incentivo à poupança.
A taxa de captação dos bancos — quanto as instituições pagam para captar recursos — também subiu, chegando a 32,3% ao ano, com aumento de 0,6 pp no mês e 0,7 pp em 12 meses. Analistas projetam que a Selic possa atingir 15% ainda em 2025.

Juros para famílias e empresas
Nas novas contratações com recursos livres, os juros médios para famílias subiram para 56,3% ao ano, uma alta de 2,4 pp em relação a janeiro e de 3,6 pp em 12 meses. O principal impacto veio do cartão de crédito rotativo, cuja taxa disparou 9,6 pp e chegou a impressionantes 450,6% ao ano. O crédito pessoal não consignado também contribuiu para o avanço, com alta de 6,1 pp, chegando a 105,9% ao ano.

O rotativo do cartão é acionado quando o consumidor não paga o valor total da fatura e entra em um empréstimo automático por até 30 dias. Após esse prazo, a dívida é parcelada. Nesse caso, os juros do cartão parcelado subiram 7,2 pp no mês, mas caíram 7,1 pp em relação a fevereiro do ano passado, ficando em 181,8% ao ano.

Já nas operações com empresas, a taxa média caiu 0,2 pp no mês, atingindo 23,9% ao ano. A queda foi puxada por recuos no cartão de crédito rotativo (menos 39,2 pp) e no capital de giro com prazo até 365 dias (queda de 5,4 pp). Em 12 meses, no entanto, os juros para empresas subiram 2,3 pp.
O BC informou que tanto a variação nas taxas quanto a mudança na composição dos saldos contribuíram para a elevação da taxa média geral do crédito livre.

Crédito direcionado
Diferente do crédito livre, onde os bancos definem livremente as taxas, o crédito direcionado segue regras do governo e é voltado para setores como habitação, agricultura, infraestrutura e microcrédito.
Nessa modalidade, os juros médios para pessoas físicas ficaram em 10,5% ao ano em fevereiro, com recuo de 0,8 pp em relação a janeiro e alta de 1,1 pp em 12 meses. Para empresas, os juros caíram 1 pp no mês e subiram 1,4 pp em 12 meses, alcançando 13,5% ao ano. No total, a média do crédito direcionado ficou em 11,2% ao ano.

Volume de crédito e estoques
As concessões de crédito registraram queda de 1,2% em fevereiro, totalizando R$ 575,5 bilhões. O recuo veio principalmente da retração de 4,2% no crédito para pessoas físicas, enquanto as operações com empresas cresceram 2,7%. No crédito direcionado, houve expansão de 19,1% no mês, enquanto o crédito livre caiu 3%.
Com isso, o estoque total das operações de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN) chegou a R$ 6,486 trilhões, alta de 0,4% em relação a janeiro. Na comparação com fevereiro de 2024, o crescimento é de 11,8%. O saldo das operações com empresas aumentou 0,5%, chegando a R$ 2,459 trilhões, e com pessoas físicas subiu 0,4%, totalizando R$ 4,027 trilhões.

Já o crédito ampliado ao setor não financeiro — que inclui famílias, empresas e governo — alcançou R$ 18,789 trilhões, com alta de 1,7% no mês. O principal fator foi o crescimento de 3,6% nos títulos públicos. Em 12 meses, o crédito ampliado avançou 14,9%, impulsionado por altas de 16,9% nos títulos de dívida e de 11,4% nos empréstimos.

Endividamento e inadimplência
A taxa de inadimplência — considerada como atrasos acima de 90 dias — permanece estável, em 3,3%. Para pessoas físicas, a taxa é de 3,8%, e para empresas, 2,3%.

O endividamento das famílias, que mede a relação entre a dívida total e a renda acumulada em 12 meses, subiu para 48,7% em janeiro, alta de 0,3 pp no mês e de 0,9 pp em 12 meses. Sem considerar o financiamento imobiliário, o indicador ficou em 30,6%.

Já o comprometimento da renda — que mostra quanto da renda é usado para pagar dívidas — subiu para 27,3%, aumento de 0,3 pp no mês e de 1,5 pp no acumulado de 12 meses. Esses dados têm defasagem maior, pois são baseados na Pnad, do IBGE.

Fonte:Agência Brasil

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Gazeta de Varginha

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