Justiça absolve suspeitos pela morte da menina Lauany; família se revolta
gazetadevarginhasi
15 de mar.
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Reprodução
Dois homens acusados de participação na morte da menina Lauany Nara, de 8 anos, foram absolvidos em um júri popular realizado na quinta-feira (13) em Belo Horizonte. A criança foi vítima de uma bala perdida no dia 5 de abril de 2023, no bairro São Geraldo, em Pouso Alegre, quando voltava da escola.
Os réus, Ailton Moreira Júnior e Arthur Miguel Teixeira Moreira, foram absolvidos por 4 votos a 3. Segundo o defensor público que representava a família da menina, a maioria dos jurados entendeu que não havia provas suficientes para condená-los pelo crime.
O caso
Lauany foi atingida na cabeça enquanto conversava com um amigo em frente à sua casa. Segundo as investigações, os disparos foram feitos por ocupantes de um carro que passava pelo local. Além da criança, um adolescente de 17 anos, que seria o alvo do ataque, foi atingido por quatro tiros, mas sobreviveu.
De acordo com a Polícia Militar, o crime ocorreu devido a uma disputa entre facções do tráfico de drogas. Os acusados fugiram após o assassinato, mas foram presos no dia seguinte em um hotel na cidade de Careaçu, a cerca de 40 km de Pouso Alegre. O carro usado no crime foi encontrado abandonado com marcas de tiros.
Julgamento e indignação da família
A sessão do júri começou às 8h40 no 3º Tribunal do Júri de Belo Horizonte. A mudança do julgamento para a capital gerou indignação na família da vítima, que não conseguiu comparecer por falta de recursos financeiros. A mãe de Lauany, Fernanda Miranda da Silva, relatou sua frustração com o processo. Segundo ela, o desaforamento foi solicitado pela defesa dos acusados alegando questões de segurança. No entanto, Fernanda teve negado o pedido para depor por videoconferência.
“Nós esperamos que eles sejam condenados. Disseram que, pelo bem da integridade física dos assassinos, o júri não podia ser aqui, tinha que ser em BH. Como não tivemos condições de pagar para ir, pedimos para dar o depoimento por vídeo, mas nem isso aceitaram”, lamentou. Fernanda também desabafou sobre o impacto da morte da filha:
“No dia em que minha filha morreu, minha vida acabou junto com ela. Vi minha filha ser baleada e não pude fazer nada. Hoje eu não vivo mais, eu vegeto. Só sigo em frente pelos meus outros filhos e netos, e quero Justiça”, afirmou.
Lauany chegou a ser socorrida com vida, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital. Seu corpo foi sepultado em Borda da Mata (MG).
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