Justiça pressiona União por atraso na contratação de assessorias para vítimas de Mariana
gazetadevarginhasi
3 de mai.
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Divulgação MPF
MPF cobra contratação imediata de assessorias para áreas atingidas por rompimento da barragem.
Seis meses após a homologação do acordo judicial firmado para a reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), as Assessorias Técnicas Independentes (ATIs) ainda não foram contratadas. Diante da demora, o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) recomendaram ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) a contratação urgente das entidades.
As ATIs devem atuar em territórios atingidos como Barra Longa (MG), Mariana (MG) e a Comunidade Quilombola do Degredo (ES), conforme previsto no acordo assinado em 2024 e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A União ficou responsável pela contratação das assessorias, que são direito garantido por lei às comunidades atingidas por desastres de barragens.
A Samarco Mineração já efetuou o pagamento da primeira parcela do valor previsto no acordo, e as comunidades já escolheram as instituições que prestarão o serviço. Mesmo assim, até agora não houve avanço na formalização da contratação, o que motivou a recomendação ao MDA, gestor dos recursos. Antes disso, MPF e DPU já haviam feito tentativas de resolver a situação por meio de reuniões e ofícios.
O MDA tem prazo de sete dias, após o recebimento da recomendação, para apresentar resposta. Deverá informar se acata ou não a recomendação, com justificativas e comprovação das providências adotadas.
O Acordo de Repactuação foi assinado em 25 de outubro de 2024 e prevê um total de R$132 bilhões, dos quais R$100 bilhões serão destinados a entes públicos como a União, os estados de MG e ES e os municípios. O Anexo 6 do acordo trata da participação social no processo de reparação, prevendo a criação de espaços de deliberação e transparência.
A contratação das ATIs, com orçamento de R$698 milhões, é um dos eixos centrais. As entidades prestarão apoio técnico às comunidades, facilitando o entendimento dos termos do acordo e colaborando na formulação e execução de projetos locais. Os trabalhos têm prazo de 42 meses, prorrogáveis. O modelo prevê auditorias externas e a possibilidade de substituição das ATIs caso metas não sejam cumpridas.
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