'Kids pretos' envolvidos em golpe serão transferidos para Brasília
6 de dez. de 2024
Reprodução
Dois militares presos por envolvimento na trama da tentativa de golpe de Estado em 2022 e no plano de assassinato de autoridades devem ser transferidos nesta quinta-feira (5) do Rio de Janeiro para Brasília. São eles o general de brigada Mário Fernandes e o tenente-coronel Rodrigo Bezerra. Os militares foram presos no dia 19 de novembro e estavam detidos no 1º Batalhão de Polícia do Exército, no Rio de Janeiro. Eles serão transferidos para o Comando Militar do Planalto, em Brasília. A transferência foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (TF) Alexandre de Moraes. Moraes também autorizou que os presos recebam visitas das esposas e dos filhos, mas outras visitas devem ser autorizadas previamente pelo ministro, relator do caso. Os militares faziam parte dos 'kids pretos', como são conhecidos os integrantes do Comando de Operações Especiais do Exército. Eles são altamente treinados com técnicas de ações de sabotagem e incentivo à insurgência popular. Fernandes e Bezerra foram detidos na operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal no dia 19 de novembro, prendeu quatro militares, sendo um general da reserva, e um policial federal que teriam planejado um atentado contra o Estado democrático. O plano era matar os já eleitos presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) em dezembro de 2022 para impedir a posse do novo governo. O terceiro alvo dos criminosos era o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Confira a seguir quem são os presos pela PF:
Hélio Ferreira Lima, militar com formação em Forças Especiais, os "kids pretos".
Mário Fernandes, general reformado que foi secretário executivo da Presidência da República no governo Bolsonaro e assessor do ex-ministro e deputado federal Eduardo Pazuello.
Rafael Martins de Oliveira, militar com formação em Forças Especiais, os ‘kids pretos’. Rodrigo Bezerra de Azevedo, militar com formação em Forças Especiais, os ‘kids pretos’. Wladimir Matos Soares, policial federal. No inquérito, policiais federais apontam o general Mário Fernandes como um dos mentores do plano denominado Punhal Verde e Amarelo, que incluía o uso de armamentos pesado, como metralhadoras, fuzis e lançador de granadas. Também estava previsto um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, integrado pelos próprios investigados, para gerenciar os conflitos institucionais que surgiriam após a execução do plano. Relatório final da Polícia Federal aponta que os militares que integram os chamados “kids pretos”, forças especiais do Exército, atuaram em duas frentes no suposto golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além do plano "Punhal Verde e Amarelo", eles agiram para pressionar o Alto Comando do Exército a aderir ao golpe.
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