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Lula Compara Gastos Públicos do Brasil com Países da OCDE e Defende Avaliação de Despesas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou os gastos públicos do Brasil aos de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em uma entrevista recente. Segundo Lula, a média de despesas desses países é de 113% do PIB, citando exemplos como Estados Unidos (123% do PIB), China (83% do PIB), Japão (237% do PIB), França (112% do PIB) e Itália (137% do PIB).

“O Brasil está em torno de 74% ou 75%, hoje está em 76%”, disse Lula. “Isso é muito aquém dos gastos dos outros países”. O presidente mencionou que o governo está revisando onde há gastos excessivos e possíveis pagamentos indevidos, sem considerar “o nervosismo do mercado”.

Lula destacou a necessidade de avaliar se os gastos do governo precisam ser cortados ou se é necessário aumentar a arrecadação. “O problema não é que tem que cortar [despesas],” afirmou. “O problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se a gente precisa aumentar a arrecadação”.

Os contratos de juros futuros registraram aumento na curva longa, com elevação das taxas para 12,23% nos contratos com vencimento em janeiro de 2032. Na quinta-feira, 20, o dólar fechou em R$ 5,46, o maior valor desde julho de 2022, após críticas de Lula à decisão do Banco Central (BC) de manter a taxa Selic em 10,5%. A moeda norte-americana chegou a cair para R$ 5,385 na mínima da sessão.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC de manter a taxa de juros estava alinhada às expectativas do mercado, que temia divisões internas sobre a política de juros. Em maio, divergências entre os indicados pelo presidente e o restante do comitê geraram preocupações sobre possíveis interferências políticas na instituição. Recentemente, críticas de Lula ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, aumentaram ainda mais a tensão. A decisão unânime do Copom ajudou a diminuir esses temores.

“Depois dos ruídos causados na última reunião, dessa vez o colegiado chegou a um consenso”, afirmou Marcelo Bolzan, sócio da consultoria The Hill Capital. “Os nove diretores votaram de forma igual, o que foi importante para reforçar que as decisões foram tomadas de forma técnica e eliminar qualquer dúvida sobre a credibilidade da política monetária.”
Fonte: Revista Oeste

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