Lula diz a empresários da indústria alimentícia: 'o povo pobre não compra dólar, e sim comida'
Elisa Ribeiro
17 de jul. de 2024
2 min de leitura
Reprodução
Em uma reunião com empresários do setor de alimentos no Palácio do Planalto nesta terça-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que, quando os mais pobres têm dinheiro, eles compram comida, e não dólares.
“O povo mais pobre, o povo mais humilde, quando ele tem um pouquinho de dinheiro, ele não compra dólar; ele compra comida”, disse o presidente. As declarações ocorrem duas semanas após Lula ser alertado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e por economistas sobre o impacto de suas falas no câmbio e na inflação.
Lula também afirmou que o Brasil poderá crescer mais de 2,5% se o dinheiro circular. “Ele [o pobre] compra coisas para a família”, afirmou. “É este país que nós queremos que dê certo. É fazer com que o dinheiro deste país circule. É por isso que a gente aumenta o salário mínimo de acordo com o PIB, porque é normal que, quando o PIB cresça, a gente distribua o PIB entre todo mundo: entre os empresários, entre os trabalhadores, entre os aposentados… Afinal de contas, é o crescimento do país.”
No encontro, o presidente criticou pessoas que “vivem de dividendos” e ressaltou a necessidade de apostar na capacidade produtiva. “Este país precisa parar de ter gente vivendo de dividendos e ter gente vivendo de trabalho, de geração de emprego, de geração de renda, porque é isso que faz a economia girar”, acrescentou.
Além das falas de Lula, encontro teve anúncio de investimento
Durante a reunião, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou um investimento de R$ 120 bilhões pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) até 2026.
“Hoje foi anunciado pela Abia que o setor da indústria de alimentos, até 2026, de 2023 a 2026, são R$ 120 bilhões de investimentos em novas fábricas, ampliação de fábricas, e inovação, pesquisa e desenvolvimento”, afirmou Alckmin. Parte do investimento, R$ 36 bilhões, já foi aplicada pela indústria em 2023, e o restante será destinado ao longo deste ano e nos próximos dois anos.
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