Lula e Arthur Lira se reúnem no Alvorada em busca de pacificação
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recebeu na manhã de sexta-feira (9) o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), no Palácio da Alvorada, residência oficial do petista. A reunião foi chamada para resolver a crise entre os dois, em meio à tensão do Parlamento com o Palácio do Planalto.
Após o encontro, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, falou à jornalistas e negou "qualquer tipo de clima que gere tensão, muito pelo contrário". Ele estava acompanhado do líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT).
O encontro ocorreu quatro dias após o discurso de Lira na abertura do Ano Legislativo, em que ele enviou mensagens ao governo Lula sobre questões sensíveis na relação entre o Congresso Nacional e o Poder Executivo. Lira reforçou a posição, compartilhada pela maioria dos parlamentares, contrária à tentativa do Planalto de reverter a desoneração sobre as folhas de pagamento de empresas de 17 setores da economia.
Além disso, o deputado mencionou o veto do presidente Lula a R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares do Orçamento de 2024 e um cronograma que previa o pagamento obrigatório de emendas parlamentares impositivas no primeiro semestre. Na época, Lira disse que os deputados federais e senadores não foram "eleitos para carimbar".
"O Orçamento é de todos e para todos os brasileiros e brasileiras: não é e nem pode ser de autoria exclusiva do Poder Executivo e muito menos de uma burocracia técnica que, apesar de seu preparo, não duvido, não foi eleita para escolher as prioridades da nação. E não gasta a sola de sapato percorrendo os pequenos municípios brasileiros como nós, parlamentares", afirmou no início desta semana.
Lula repercutiu as declarações do presidente da Câmara, destacando que não era momento de "discurso duro", mas enfatizando a importância do governo cumprir os compromissos estabelecidos com os parlamentares. Uma das maiores insatisfações do Parlamento com Executivo, no entanto, tem nome: Alexandre Padilha.
Lira tem pedido insistentemente a saída dele do cargo. Lula, no entanto, tem resistido. O petista e sua equipe avaliam que atender a essa solicitação seria “dar poder demais” ao presidente da Casa Legislativa que comandou uma ofensiva contra o Palácio do Planalto em relação às emendas parlamentares no Orçamento deste ano.
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