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'Megaoperação' contra suspeitos de matar mais de 30 pessoas na Bahia deixa 6 mortos

Ao todo, 34 pessoas morreram durante operações policiais em setembro, sendo 20 mortes somente na última semana.



'Megaoperação' contra suspeitos de matar mais de 30 pessoas na Bahia deixa 6 mortos. FOTO: Polícia Civil


Seis homens morreram em confrontos com policiais durante operação na região de Águas Claras, em Salvador, e em Feira de Santana (BA) na manhã desta sexta-feira (22). Segundo a polícia, os mortos faziam parte de um grupo criminoso suspeito de matar mais de 30 pessoas. A operação prendeu 15 pessoas.

A Bahia vive, desde junho, uma onda de violência marcada por tiroteios. Operações policiais têm provocado mortes nas últimas semanas, tendo sido a última a mais letal. Foram 20 pessoas mortas desde o dia 15, incluindo os 6 homens desta sexta. Ao todo, em setembro, 34 pessoas morreram durante operações policiais. Escolas ficaram sem aulas por conta dos confrontos, e o transporte público foi afetado (leia mais abaixo). A operação policial “Saigon”, desta sexta, foi deflagrada para cumprir 43 mandados de prisão e de busca e apreensão contra um grupo suspeito de traficar drogas e cometer homicídios.
Das seis mortes, cinco aconteceram na região de Águas Claras e uma em Feira de Santana. Entre os mortos estão Eduardo dos Santos Cerqueira, conhecido como "Firmino". De acordo com a Polícia Civil, ele é um dos chefes do tráfico de drogas no bairro e suspeito de ser o mandante de diversos homicídios na região.
Outro investigado morto é Gilmar Santos de Lima, conhecido como "Capenga". Ele acumula extensa ficha criminal, que inclui tráfico de drogas e homicídio. Segundo a polícia, ele gerenciava o tráfico na região. Guerra entre facções, estado mais violento do país e temor nas ruas Drogas e dinheiro apreendidos A mãe e a esposa de "Capenga" foram presas na operação. A polícia encontrou drogas e R$ 8 mil com a mãe, e uma arma com a esposa.
Um dos mandados de prisão foi cumprido no sistema prisional contra um suspeito de homicídio. Todo material apreendido será encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT).
Participaram também da megaoperação, equipes de vários departamentos da Polícia Civil e agentes das polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal. Ministro acionou ouvidoria A quantidade de mortos chamou a atenção do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, que acionou a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos para acompanhar as investigações destes casos.
"[As mortes] não são compatíveis com um país que se pretende democrático e em consonância com os Direitos Humanos", disse o ministro em nota no dia 6 de agosto. Governador e secretário dizem que guerra entre facções é a causa da violência na Bahia Mais de mil alunos sem aulas A Secretaria Municipal da Educação (Smed) informou que, por causa da sensação de insegurança no bairro de Águas Claras, as escolas municipais Eduardo Campos, Cantinho das Crianças, São Damião, Iraci Fraga e Francisco Leite tiveram as atividades suspensas nesta sexta-feira (22). Ao todo, 1.769 estudantes estão sem aulas. Os colégios estaduais Noêmia Rego e Dinah Gonçalves, em Valéria, e o Nossa Senhora de Fátima, no Derba, abriram, mas registram baixa frequência. Transporte desviado Já a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) informou que por causa da operação policial, os ônibus do transporte público de Salvador que operam nos bairros de Cajazeiras 7 e Águas Claras não estão seguindo até os respectivos finais das linhas.
Em Cajazeiras 7, os veículos circulam na Estrada do Matadouro e de lá seguem o itinerário. Já em Águas Claras, os ônibus vão até o Largo Vitor Augusto Méier, conhecido como Largo da Mortadela. Onda de violência Veja abaixo o histórico de violência na Bahia entre julho e setembro:

30 mortes em confrontos em uma semana

  • 👉 Em uma semana, entre 28 de julho e 4 de agosto, 30 mortes em diferentes confrontos com policiais militares foram registrados na Bahia;

  • 👉 Por causa das mortes, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, disse que acionou a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos para acompanhar os casos.

Tiroteios em bairros de Salvador

  • 👉 Em Salvador, diversas trocas de tiros e ações com 17 reféns liberados fizeram moradores do bairro do Alto das Pombas deixarem suas casas em agosto;

  • 👉 No dia 3 de setembro, 11 pessoas foram mortas em confronto com a Polícia Militar e oito foram presas no Alto das Pombas e Calabar, bairro vizinho. Mais de 15 armas foram apreendidas;

  • 👉 A madrugada do dia 6 de setembro foi marcada por tiroteios em outros dois bairros da capital baiana: Engenho Velho de Brotas e Nordeste de Amaralina.

Operação tem PF e quatro homens mortos

  • 👉 Na sexta-feira (15), policiais federais, civis e militares fizeram uma operação para cumprir mandados de prisão contra um grupo criminoso. No local, os agentes foram surpreendidos por integrantes de uma facção que estava prestes a entrar em confronto com um grupo criminoso que atua na região;

  • 👉 A operação terminou com um policial federal e quatro suspeitos mortos. Outros dois agentes (um civil e outro federal) ficaram feridos;

  • 👉 Desde então, outros 11 suspeitos de participarem do confronto morreram em diversos bairros de Salvador e de Simões Filho. Ao todo, foram 14 suspeitos e um policial federal mortos, confirmados pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia.

Ações de combate ao crime organizado A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e a Polícia Federal se reuniram no sábado (16), para discutirem ações de combate ao crime organizado e ampliação de esforços para que sejam encontrados todos os suspeitos de envolvimento no confronto que resultou na morte do policial federal Lucas Caribé.
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Na reunião, que aconteceu no Centro de Operações e Inteligência (COI) da SSP, situado no Centro Administrativo da Bahia (CAB), estiverem presentes o secretário da Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, o diretor Executivo da PF, Gustavo Paulo Leite de Souza, o diretor de Inteligência da PF, Rodrigo Morais Fernandes, o superintendente Regional da PF na Bahia, Flávio Albergaria, e integrantes das Polícias Militar e Civil. Eles discutiram novas ações de inteligência e de repressão qualificada. De acordo com Werner, todos os recursos estaduais e federais estão disponíveis. Ele destacou que o trabalho integrado entre a SSP-BA e a Polícia Federal está focado no combate às facções criminosas.
Desde agosto, a Polícia Federal participa de operações na Bahia como parte de um acordo de cooperação entre o governo estadual e federal para reprimir a criminalidade no estado.
O grupo criminoso se escondeu em uma região de mata fechada, do bairro periférico da capital baiana, de acordo com a secretaria da segurança da Bahia.
Três viaturas blindadas da Polícia Federal foram enviadas à Bahia na segunda-feira (18), para reforçar o combate ao crime organizado. Os veículos foram embarcados em um navio da Marinha, no porto do Rio de Janeiro, e devem chegar até esta sexta-feira (22) à capital baiana.

FONTE: G1

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