O nascimento da bebê estava previsto para 26 de fevereiro deste ano, mas por complicações na gestação, ela nasceu prematura, em novembro de 2023, e foi diretamente para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal.
O domingo (24) foi de emoção e comemoração para a família de uma pequenina muito corajosa e guerreira. O nascimento da Estela estava previsto para 26 de fevereiro deste ano, mas por complicações na gestação, ela nasceu prematura, em novembro de 2023, e foi diretamente para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal.
Foram 120 dias de muita luta pela vida e de muita fé dos pais, irmãos e avós, porque a menininha foi para casa, sem nenhuma sequela. Um momento mais do que aguardado.
No corredor tinham balões coloridos para receber a pequena Estela. Agora, oficialmente, com alta do hospital.
“Estou muito emocionada, sou a dinda da Estela, sou a madrinha da estela, tive a honra de receber esse papel tão importante. Hoje [domingo, 24] é um marco muito importante para gente, a gente está muito feliz”, ressaltou a tia da bebê, a analista financeiro Larissa Guimarães de Almeida.
A Estelinha continua pequena, mas somente no tamanho, porque, na luta pela vida, ela se mostrou uma gigante.
A bebê veio ao mundo com 26 semanas de gestação, pouco mais de 6 meses, e pesando apenas 550 gramas. Com 29 centímetros, teve que ir direto pra UTI Neonatal, sem sequer passar pelo colo da mãe.
“Vários momentos que a gente achou que ela não ia dar conta, alguns momentos de despedida. A gente foi encostar nela quase que dez dias depois, pudemos carregar ela 25 dias depois. Então foi uma estrada de muito sofrimento, muito medo, muitas incertezas, mas a gente confiou em Deus. Estelinha foi nosso milagre”, disse emocionada a mãe, Daniela Myrrha, que é personal trainer.
A gravidez já tinha sido uma surpresa, porque a Daniela usava DIU – dispositivo intrauterino para não engravidar –, mas ele acabou se deslocando. No começo da gestação, ela também descobriu um problema, que limitava o crescimento da filha.
“Ela tem uma alteração hepática e depois o que definiu o nascimento dela foi uma alteração visível no ultrassom, e que você consegue perceber que há uma alteração no fluxo sanguíneo da placenta para o bebê e isso é um sinal iminente que você tem que interromper. A gente fica muito apreensivo porque, uns anos atrás, um bebê de 26 semanas, a gente tinha muito receio da evolução dele, mas a Estelinha surpreendeu o tempo inteiro”, explicou a pediatra Ana Maria Latorre Fortes.
Estela chegou a ser considerada o que a medicina chama de bebê inviável, mas a família nunca desistiu. Daniela se internou no Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, no dia 2 de novembro do ano passado, e conseguiu esperar por mais 18 dias, até que o parto foi necessário. Era tudo muito frágil. Pezinho, mãozinha tão pequenininhos que viraram tatuagem no braço do pai.
“O dia que a Estela nasceu, eu lembro que eu vim me despedir dela, porque esse é o tamanhozinho original dela, de quando ela nasceu [mostra a tatuagem]. A gente nunca deixou de ter fé. Muito pelo contrário, só que nossa fé de que sempre acontecesse o melhor para ela, e não para a gente. Então a Estela é muito forte”, definiu o autônomo Paulo Alfredo Rabelo Leal.
Foram quatro meses no hospital, entre altos e baixos, e Estelinha não conseguia nem se alimentar. Teve que ser nutrida, precisou de sangue, oxigênio, até estar pronta para esse momento. Agora, já está pesando pouco mais de três quilos e, finalmente, vai poder ir para casa.
“Para isso acontecer, além de Papai do Céu e Menino Jesus, Nossa Mãe do Céu. Teve uma equipe maravilhosa que cuidou da minha filha. Vamos começar uma nova etapa agora, o crescimento o desenvolvimento dela, mas superfelizes do momento, nós tínhamos que comemorar”, falou a avó da Estela, a aposentada Andréa Myrrha Guimarães.
Mas os mimos ainda vão ter que esperar. Visitas têm que ser limitadas, porque a Estelinha ainda precisa se recuperar de uma displasia pulmonar grave – doença que afeta recém-nascidos que precisam de ventilação mecânica. Então, pelo menos por um tempo, por perto só vão ficar os irmãos – e olha que são cinco.
“Era medo, ao mesmo tempo ansiedade, ao mesmo tempo misturava tudo, mil emoções de uma vez. É uma sensação muito boa, não tem como explicar”, falou a irmã Ana Guimarães Rausch, de 11 anos.
“Estou muito feliz com o nascimento, com ela ter agora chegado em casa e poder ter ela pertinho. Para ela também vai ser importante crescer com todo mundo perto, então, tudo me deixa alegre”, declarou Bruno Guimarães de Almeida Dias Duarte, de 19 anos.
Amor a família já mostrou que tem de sobra e, daqui para frente, só tende a aumentar.
“Eu estou muito emocionada, foi uma longa história, uma longa caminhada, mas estamos aqui, agora é vida nova, um novo recomeço, com todos os nossos filhos. Daqui a pouco está todo mundo abraçando, beijando, mimando. Ela é muito amada”, destacou Daniela.
Comentarios