Meninas de 6 anos menstruando na Índia: o impacto da puberdade precoce e seus riscos
28 de nov. de 2024
Na Índia, médicos têm relatado um aumento alarmante de casos de puberdade precoce em crianças, com meninas de apenas seis anos apresentando sinais de desenvolvimento corporal adolescente e até menstruando. Especialistas apontam fatores como exposição a pesticidas, obesidade infantil, poluição e tempo excessivo diante de telas como potenciais causas desse fenômeno.
Histórias como a de Archana, mãe de uma menina de seis anos que apresentou mudanças corporais inesperadas, destacam a gravidade do problema. Após levar a filha ao médico, descobriu-se que ela já estava em puberdade, com níveis hormonais anormalmente altos para sua idade. A possível exposição a pesticidas armazenados em casa foi considerada um fator contribuinte.
Outro caso é o de Rashi, cuja filha começou a menstruar subitamente aos seis anos, pesando 40 kg. A família precisou buscar tratamento para retardar o processo até que a menina atinja ao menos 10 anos, idade em que teria mais maturidade para lidar com as mudanças e cuidados necessários.
De acordo com o médico Sushil Garud, as alterações hormonais precoces podem estar ligadas a fatores ambientais, enquanto Vaishakhi Rustegi, endocrinologista pediátrica, observou que o tempo de desenvolvimento da puberdade tem se acelerado, tanto em meninas quanto em meninos.
Estudos do Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde Reprodutiva indicam que obesidade e falta de atividade física durante a pandemia de COVID-19 exacerbaram o problema. Mais de 160 milhões de crianças e adolescentes enfrentam obesidade globalmente, aumentando os riscos de puberdade precoce, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O impacto psicológico também é significativo: crianças que passam por puberdade precoce frequentemente enfrentam dificuldades de adaptação social, baixa autoestima e bullying devido às mudanças corporais prematuras.
A puberdade precoce não possui uma causa única definida, mas medidas como melhorar a alimentação, reduzir a exposição a substâncias químicas e incentivar a atividade física podem ajudar a mitigar os casos.
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