Mercado reduz previsão de inflação para 2025 e mantém projeção de crescimento do PIB
gazetadevarginhasi
28 de abr.
2 min de leitura
Reprodução
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, recuou de 5,57% para 5,55% em 2025, segundo o Boletim Focus divulgado nesta terça-feira (22) pelo Banco Central (BC). A pesquisa reúne semanalmente, em Brasília, as expectativas de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2026, a projeção do IPCA passou de 4,5% para 4,51%. Já para 2027 e 2028, as previsões permanecem em 4% e 3,78%, respectivamente.
Apesar da leve queda, a expectativa de inflação para 2025 continua acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo — ou seja, entre 1,5% e 4,5%.
Em março, o IPCA subiu 0,56%, pressionado principalmente pela alta dos preços dos alimentos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda assim, houve desaceleração frente a fevereiro, quando a inflação foi de 1,31%. No acumulado de 12 meses, o índice soma alta de 5,48%.
Juros básicos
O Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, como principal ferramenta para controlar a inflação. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano. Devido à alta dos preços dos alimentos e da energia, além de incertezas econômicas globais, o BC aumentou os juros em 1 ponto percentual na reunião de março, marcando o quinto aumento consecutivo dentro do ciclo de aperto monetário.
Segundo comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), a economia brasileira segue aquecida, embora haja sinais de moderação na expansão. O BC alertou ainda para o risco de que a inflação de serviços se mantenha elevada e afirmou que continuará monitorando a política econômica do governo.
Sobre os próximos passos, o Copom indicou que pretende realizar um aumento de menor magnitude na reunião de maio, sem detalhar as ações futuras.
A expectativa do mercado é que a Selic atinja 15% ao ano até dezembro. Para os anos seguintes, as projeções são de 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
O aumento da Selic visa reduzir a demanda aquecida, encarecendo o crédito e estimulando a poupança, o que contribui para a contenção dos preços. Contudo, além da Selic, os bancos consideram fatores como inadimplência, lucro e despesas administrativas ao definir os juros aos consumidores. Assim, juros elevados também podem inibir a expansão econômica.
Por outro lado, a redução da Selic torna o crédito mais acessível, incentiva a produção e o consumo e, embora estimule a economia, tende a reduzir o controle sobre a inflação.
PIB e câmbio
A previsão do mercado para o crescimento da economia brasileira este ano se manteve em 2%. Para 2026, a expectativa é de um crescimento de 1,7%. Em 2027 e 2028, as instituições financeiras projetam expansão de 2% para cada ano.
Em 2024, o PIB brasileiro cresceu 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento e o melhor desempenho desde 2021, quando a economia registrou alta de 4,8%.
Quanto ao câmbio, a expectativa é que o dólar feche o ano de 2025 cotado a R$ 5,90. Para o final de 2026, a projeção é de R$ 5,95.
Comments