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Mercosul conquista maior abertura comercial para produtos agrícolas na UE

Mercosul conquista maior abertura comercial  UE
Divulgação
Acordo Mercosul-União Europeia avança após 25 anos de negociações com novas regras para produtos agropecuários

Após mais de duas décadas de negociações, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE) foi assinado nesta sexta-feira (6), consolidando um marco histórico nas relações comerciais entre os dois blocos. O tratado mantém as condições de entrada de produtos agropecuários exportados pelo Mercosul, como definido no texto preliminar de 2019, mesmo diante das tentativas de países europeus, como França e Polônia, de impor restrições.

Impactos e condições do acordo
Segundo o governo brasileiro, o texto final prevê a desgravação tarifária gradual, com prazos que variam entre quatro e 12 anos, para diversos produtos agropecuários. Café, abacate, limão, lima, melão, melancia, uva de mesa e maçã, por exemplo, terão entrada livre na UE, sem tarifas ou cotas.

Outros produtos, como carne bovina, suína, aves e etanol, terão cotas específicas com alíquotas reduzidas. Produtos que excederem os limites das cotas estarão sujeitos às tarifas atuais.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, cerca de 95% dos bens e 92% do valor das exportações brasileiras para a UE serão contemplados pelo tratado, enquanto apenas 3% dos bens ficarão sujeitos a cotas ou barreiras não tarifárias, principalmente no setor agrícola.

Produtos em destaque e tarifas
  • Café: Desoneração de tarifas de 7,5% a 11% em até sete anos.
  • Frutas frescas: Uvas, abacates, limões, melancias e maçãs terão tarifas eliminadas entre quatro e dez anos.
  • Etanol: Tarifas reduzidas gradualmente, com cotas de 450 mil toneladas para uso industrial e 200 mil toneladas para combustível e outros usos.
  • Carnes:
    • Bovina: Cota de 99 mil toneladas com tarifa reduzida para 7,5%.
    • Aves: Cota de 180 mil toneladas com tarifa zero.
    • Suína: Cota de 25 mil toneladas com tarifa de 83 euros por tonelada.
  • Açúcar e arroz: Tarifas zeradas para cotas iniciais, com volumes crescentes ao longo dos anos.

Reações e desafios
Embora o acordo represente avanços comerciais para o Mercosul, enfrenta resistência de países como Itália, Países Baixos e Áustria, que podem dificultar sua ratificação plena.

Para o Brasil, o tratado equilibra a abertura de mercados e a proteção de setores sensíveis, conforme destacou o Ministério do Desenvolvimento. O impacto esperado é positivo para setores exportadores, ampliando o acesso ao mercado europeu em condições mais competitivas.
Fonte: Agência Brasil

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