Mesmo com safra menor, produção de pinhão cresce em valor e incentiva reflorestamento em MG
gazetadevarginhasi
2 de jul.
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Divulgação
Produção de pinhão impulsiona economia e preservação ambiental na Serra da Mantiqueira.
Nos municípios da Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas, a colheita do pinhão — semente da araucária — tem sido uma importante aliada da renda familiar e da conservação ambiental. Destaque entre os maiores produtores do estado, Delfim Moreira estima uma safra de 500 mil quilos em 2024, consolidando-se como o segundo maior polo de produção em Minas Gerais.
Com cerca de mil hectares de araucárias produtivas, o município alcança uma produtividade média de 60 kg por árvore, gerando aproximadamente R$ 3,5 milhões por ano. “Esse manejo mantém o ecossistema natural e traz renda para os produtores”, afirma a secretária municipal de Agricultura, Joelma Pádua.
Investimentos e parcerias
Para fortalecer o setor, Delfim Moreira conta com diversas ações em andamento. Um dos principais investimentos é a construção de uma unidade processadora de pinhão, viabilizada por uma parceria entre a prefeitura, a Embrapa Florestas e a Avon. A planta deve entrar em operação já na próxima safra e permitirá a diversificação de produtos e a oferta do pinhão durante todo o ano, ampliando as margens de lucro para os produtores.
Outro destaque é o viveiro municipal, que fornece mudas de araucárias enxertadas aos agricultores locais. Já foram plantadas mais de 400 árvores com as mudas fornecidas, segundo o extensionista da Emater-MG, Túlio César Meireles. A assistência técnica aos produtores é realizada em parceria com a Associação Araucária.
“A prefeitura e a Emater têm nos incentivado a plantar mais árvores. Além disso, realizamos o Festival Gastronômico do Pinhão e, com a nova unidade processadora, vamos lançar diversos produtos”, celebra a produtora Mariana Sousa, membro da associação.
Quebra de safra e valorização do produto
A safra de 2024, no entanto, foi marcada por uma quebra de 50% na produção. Prevista para ocorrer entre abril e julho, a colheita terminou ainda em maio devido a fatores climáticos, como temporais e calor excessivo, que comprometeram a polinização natural das árvores.
Apesar da queda, os preços do quilo do pinhão dobraram, passando de R$ 3 para R$ 6. Isso compensou parte das perdas e eliminou a necessidade de acionamento da subvenção da Conab, que garante preços mínimos para produtos da biodiversidade. “Temos 175 produtores que pegam essa subvenção, mas este ano nem foi preciso”, explica Túlio.
Em Minas Gerais, cerca de 2 mil produtores participam anualmente da colheita de pinhão. Segundo dados da Emater-MG, os cinco maiores produtores em 2024 são: Itamonte (1,2 milhão de quilos), Delfim Moreira (500 mil kg), Alagoa (700 mil kg), Baependi (480 mil kg) e Marmelópolis (475 mil kg).
Além do apoio técnico e da geração de renda, o cultivo da araucária está no centro de atividades de educação ambiental em escolas e será tema de um seminário sobre preservação da espécie, marcado para outubro, em Delfim Moreira.
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