Militares dos EUA e China retomam comunicação para reduzir risco de erro de cálculo

Nesta terça-feira (10), militares dos Estados Unidos e da China retomaram o contato em uma tentativa de reduzir tensões e evitar erros de cálculo em uma região estratégica da Ásia-Pacífico. O almirante Samuel Paparo, do Comando Indo-Pacífico dos EUA, e o general Wu Yanan, do Comando do Teatro Sul do Exército de Libertação Popular da China, participaram de uma videoconferência, segundo declarações de ambos os lados.

Essa comunicação representa um esforço para restaurar gradualmente as comunicações militares de alto nível, cortadas por Pequim em agosto de 2022, após a visita de Nancy Pelosi a Taiwan. A retomada do diálogo foi acordada durante uma visita de Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos EUA, a Pequim no mês passado.

Paparo enfatizou que manter linhas de comunicação entre líderes militares é fundamental para evitar equívocos e erros de cálculo. Ele também expressou preocupações sobre "interações inseguras" entre o Exército de Libertação Popular (ELP) da China e aliados dos EUA, instando o ELP a aderir às leis internacionais e reconsiderar táticas potencialmente perigosas e coercitivas.

A retomada das negociações ocorre em um momento de tensões crescentes no Mar do Sul da China, onde confrontos entre navios chineses e filipinos têm sido frequentes. A situação é agravada pelas reivindicações de Pequim sobre quase toda a área marítima, enquanto os EUA reafirmam o compromisso de defender seus aliados na região.

Analistas alertam que a falta de comunicação entre as duas maiores economias do mundo pode aumentar o risco de conflitos na região, especialmente com as recentes fricções sobre as relações da China com a Rússia e o fortalecimento de alianças dos EUA na Ásia.